Acometimento proximal de circunflexa pode ser tão grave quanto acometimento proximal da descendente anterior?

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Acometimento proximal de circunflexa pode ser tão grave quanto acometimento proximal da descendente anterior?

Via de regra, a maior parte da vascularização do ventrículo esquerdo (VE) é feita pela artéria descendente anterior (Da). Por isso, quando há acometimento proximal desta artéria, sempre devemos avaliar muito bem o caso clínico para ver se é necessária terapia de revascularização (percutânea ou cirúrgica) já que a oclusão da artéria poderia trazer resultados sombrios para o paciente.

Mas e o acometimento proximal da artéria circunflexa (Cx)? Pode ter significado similar? Na verdade, pode. Em uma situação. Quando há dominância da coronária esquerda, a Cx fica responsável por vascularizar uma grande área do VE uma vez que nestes casos a coronária direita normalmente manda ramificações apenas para o ventrículo direito (VD). Por esse motivo, na nova diretriz americana de revascularização miocárdica, os autores colocam acometimento de Cx proximal dominante com igual importância ao acometimento de Da proximal quando há obstrução de apenas uma coronária.

OK. Então quer dizer que se por algum acaso eu diagnosticar obstrução relevante de Da proximal ou de Cx dominante proximal devo obrigatoriamente submeter o paciente a algum procedimento de revascularização? Não. Isso vai depender de uma série de outros fatores como: presença ou não de sintomas, resultado de teste não invasivo para isquemia, função sistólica do VE, status clínico do paciente, etc.

Na diretriz há uma série de tabelas mostrando, na opinião dos especialistas que a escreveram, qual a conduta adequada para cada situação. Vale a pena ler o artigo.

Referência: Patel MR. ACC/AATS/AHA/ASE/ASNC/SCAI/SCCT/ STS 2017 Appropriate Use Criteria for Coronary Revascularization in Patients With Stable Ischemic Heart Disease. J Am Coll Cardiol.