A dieta do mediterrâneo diminui mesmo o risco cardiovascular?

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A dieta do mediterrâneo é caracterizada por grande ingestão de azeite de oliva, frutas, sementes oleaginosas, vegetais e cereais; ingestão moderada de peixes e aves; baixa ingestão de derivados de leite, carne vermelha, alimentos processados e doces. Uso de vinho em moderação, junto às refeições.Estudos de coorte observacionais e estudos de prevenção secundária já haviam mostrado uma associação inversa entre aderência à dieta do mediterrâneo e risco cardiovascular.Para termos uma resposta mais concreta a respeito dessa questão, um grupo espanhol organizou um estudo randomizado multicêntrico (PREDIMED), que avaliou 7447 pessoas com alto risco cardiovascular, com idade de 55 a 80 anos. Essas pessoas não apresentavam doença cardiovascular no momento da randomização.Foram divididos em 3 grupos: dieta do mediterrâneo + azeite de oliva extra-virgem (1L/sem); dieta do mediterrâneo + sementes oleaginosas (15g nozes, 7,5g avelã e 7,5g amêndoas por dia); ou dieta controle (com estímulo a reduzir gorduras somente).Após análise multivariada, houve uma redução do risco relativo de eventos cardiovasculares maiores (IAM, AVC ou morte por causa CV) de 30% no 1º grupo e 28% no 2º grupo, comparados com o grupo controle.A aderência à dieta foi boa (analisada através de registros da dieta e biomarcadores - hidroxitirosol urinário para azeite e nível sérico de ácido alfa-linolêico para sementes oleaginosas).Assim, a dieta do mediterrâneo associado a azeite extra-virgem ou sementes oleaginosas parece realmente reduzir a incidência de eventos cardiovasculares em pacientes de alto risco.

Referência: Primary prevention fo cardiovascular disease with a mediterranean diet. Estruch R, Ros E, Salas-Salvadó J, et al. NEJM 2012, february 25.