Você sabe como diferenciar a puberdade precoce central da periférica?

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A puberdade precoce ocorre quando os sinais puberais aparecem antes da idade esperada, ou seja, quando a telarca ocorre antes dos oito anos de idade para as meninas ou o aumento do volume testicular ocorre antes dos nove anos para os meninos.

A puberdade precoce pode ser central — ou seja, dependente de gonadotrofinas — ou periférica — não dependente das gonadotrofinas. A partir da avaliação clínica é possível diferenciar o tipo de puberdade precoce.

A puberdade precoce central segue o mesmo caminho fisiológico que a puberdade normal, porém, inicia-se antes da idade esperada e progride mais rapidamente entre os estágios de Tanner. Já a puberdade precoce periférica não obedece a sequência esperada da puberdade fisiológica. Neste caso, podemos ter, por exemplo, um menino com virilização que não apresente aumento testicular ou com aumento testicular unilateral.

Associada à clínica, é importante também a avaliação laboratorial, como as dosagens de LH, FSH, estradiol, testosterona, DHEA-S e 17OHP. Em alguns casos, pode ser necessário o teste de estímulo com Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH). Também devem ser solicitadas ultrassonografia pélvica, de região adrenal, abdominal e/ou testicular, e radiografia de punho para avaliação da idade óssea. Nos casos de puberdade precoce periférica, a realização de ressonância magnética de sela túrcica é obrigatória em todos os meninos, em meninas menores de seis anos de idade e em crianças com sintomas neurológicos.

O tratamento de escolha da puberdade precoce central é feito com análogos de GnRH e o da puberdade periférica é direcionado para a causa base.

Referência:

COMINATO, L. Puberdade precoce: diagnóstico e conduta pelo endocrinologista. Pediatra atualize-se. Boletim da Sociedade de Pediatria de São Paulo, ano 6, n. 4, jul. 2021. Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/boletins/AtualizeA6N4.pdf . Acesso em: 04 dez. 2023.