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Você sabe classificar as diferentes cardiomiopatias?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
27/7/2017
Podemos definir as cardiomiopatias como doenças que primariamente afetam o músculo cardíaco. Este termo serve para diferenciar de alterações do miocárdio secundárias a outras doenças. Um paciente com hipertensão arterial sistêmica mal controlada ou com estenose aórtica importante, por exemplo, termina desenvolvendo hipertrofia do ventrículo esquerdo como consequência da sobrecarga de pressão a que esta câmara fica sujeita. O problema primário está, nestes casos, na PA descontrolada e na valva estenótica, respectivamente, e não no miocárdio. Da mesma forma, um paciente que sofre um infarto anterior extenso e depois fica com o ventrículo esquerdo dilatado e disfuncionante teve seu problema primário na oclusão coronariana, e não no músculo cardíaco. Por este motivo, boa parte das sociedades internacionais evita usar o termo cardiomiopatia hipertensiva ou isquêmica, por exemplo. Contudo, sabemos que estas denominações continuam sendo empregadas com frequência.
OK. Uma vez definido o que são as cardiomiopatias, temos que definir os tipos. Classicamente, dividia-se estas doenças em 3 grandes grupos, como mostrado na figura abaixo:
Na década de 90, acrescentou-se mais duas entidades a esta classificação: a cardiomiopatia arritmogênica de ventrículo direito (revisão em breve aqui no site) e o grupo de cardiomiopatias não classificadas.
Outra forma de classificar as cardiomiopatias é dividindo-as em primárias e secundárias. As primeiras caracterizam-se por ter acometimento exclusivo do coração (ex: cardiomiopatia hipertrófica de origem hereditária) enquanto que nas secundárias o acometimento cardíaco está acompanhado de um quadro sistêmico mais amplo (ex: cardiomiopatias encontradas em doenças inflamatórias como Lúpus, Wegener, etc).