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Viu o novo escore de risco pré-operatório?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
25/6/2019
Existem vários escores para avaliar o risco de um paciente submetido à cirurgia não cardíaca evoluir com complicações cardiovasculares. Entre eles, o escore de Lee, o escore do American College of Physicians e o EMAPO, todos recomendados pela diretriz brasileira de perioperatório da SBC. O escore de Lee termina sendo o mais usado na prática porque é fácil de ser memorizado (vide figuras abaixo). Já o escore mais acurado que é o American College of Surgeons é bem extenso, sendo pouco prático para o dia a dia.
Recentemente foi publicado no JACC artigo sobre um novo escore. Vamos aos pontos mais relevantes deste estudo:
- Os autores elaboraram um novo escore com 6 características a partir de uma coorte prospectiva com 3.284 pctes. Os fatores incluídos foram:
- Idade ≥ 75 anos
- Hb ≤ 12
- História de cardiopatia
- Angina ou dispneia
- Cirurgia vascular
- Cirurgia de emergência
- Cardiopatia era definida como a presença de qualquer um dos seguintes: infarto prévio, hx de angioplastia coronariana, hx de cirurgia cardíaca, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial ou valvopatia moderada/importante no eco.
- Angina era definida como dor torácica opressiva aos esforços. Dispneia era definida com falta de ar aos esforços habituais.
- O endpoint primário avaliado era morte + infarto + AVC nos primeiros 30 dias da cirurgia.
- Quanto maior a quantidade de pontos preenchidas pelos pacientes, maior o risco de eventos (variando de 0% nos pctes sem fatores de risco até 15,7% nos pctes com mais de 3 fatores).
- Após terem chegado a estes fatores, o escore foi validado em um grande banco de dados americano com mais de 1 milhão de pacientes.
- Ao avaliar-se nesta população 3 escores (o novo, o ACS-NSQIP e o Lee), viu-se que o que apresentou melhor acurácia foi o novo escore (estatística C de 0,90; 0,89; 0,78, respectivamente).
- Ou seja, o escore novo teve acurácia praticamente similar ao ACS sendo muito mais simples de ser calculado na prática.
- Em relação ao Lee, além de ter apresentado acurácia melhor, o novo escore também tem a vantagem de ter incluído cirurgias mais heterogêneas na sua derivação, incluindo cirurgias de baixo risco e de emergência.
Resumo da ópera:
- Os autores validaram um novo escore com excelente acurácia e de fácil uso prático.
- Pctes com 0 ou 1 fator de risco são considerados de baixo risco. Com 2 ou 3 fatores de risco = risco moderado. Se > 3 fatores de risco = alto risco de eventos cardiovasculares perioperatórios.