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Ventilação de Alta Frequência (VAFO) em Neonatologia
Escrito por
Cadu Carlomagno
Publicado em
19/12/2023
Trata-se de um modo ventilatório cuja premissa é a ventilação com volume corrente baixo (menor do que o espaço morto anatômico) e a frequência respiratória muito elevada.
Pode ser indicado em caso de:
- Falha da ventilação mecânica convencional;
- Acidose respiratória grave;
- Hipoxemia e hipertensão pulmonar persistente graves;
- Síndromes de escape de ar;
- Hemorragia pulmonar;
- Hérnia diafragmática congênita.
Os parâmetros iniciais geralmente são:
- FiO2: mínimo necessário para saturar acima de 92%;
- MAP: dois pontos acima da MAP em ventilação convencional;
- Frequência: 10 Hz;
- Amplitude: 100% (garantindo que vibre até a raiz da coxa).
No momento de instalação da VAFO, pode ocorrer instabilidade hemodinâmica em razão da redução do retorno venoso. Antes de suspender, tentar manejar o choque com volume e drogas vasoativas.
Após uma hora em VAFO, coletar gasometria e fazer raios X de tórax. Tolerar hipercapnia permissiva (pH acima de 7,2 com pCO2 abaixo de 60 mmHg) e, idealmente, raios X mais aerado e homogêneo, com 7 a 8 espaços intercostais.
Ajustar parâmetros de acordo com evolução clínica, radiológica e laboratorial. Lembrando que para desmame ventilatório é preciso:
- Reduzir FiO2, MAP e a amplitude;
- Aumentar a frequência respiratória (é o oposto do efeito na ventilação convencional).