Vacina em gestantes contra o Streptococcus agalactiae

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Em julho 2023, foi publicado no New England Journal of Medicine um artigo intitulado “Potential for Maternally Administer Vaccine for Infant Group B Streptococcus” detalhando alguns resultados promissores da vacina contra Streptococcus agalactiae (do grupo B) em gestantes.Como sabemos, muitas mulheres são colonizadas com o Strepto. do grupo B, sendo ele um dos grandes vilões da sepse neonatal precoce (aquela que ocorre nos primeiros três dias de vida do recém-nascido). Portanto, a oportunidade de se ter uma vacina que previna a infecção neonatal é de grande interesse para nós, pediatras e neonatologistas. A seguir, os principais pontos do estudo:

  • Financiamento pela Pfizer e a fundação Bill e Melinda Gates;
  • Encontra-se na fase 2;
  • É um estudo controlado com grupo placebo;
  • A vacina é composta pelo polissacarídeo capsular de 6 sorotipos do Strepto. B;
  • Procuram verificar a segurança de administrar uma única dose em gestantes;
  • Proteção neonatal determinada pela dosagem sérica de anticorpos anti-Strepto. B capazes de evitar infecção disseminada com até 89 dias de vida;
  • Principal efeito adverso encontrado entre as gestantes foi reação local pela presença do fosfato de alumínio na composição da vacina;
  • Principais eventos adversos neonatais foram maior incidência de hérnia umbilical e melanocitose oculodermal congênita (condição em que o recém-nascido nasce com os olhos acinzentados, desaparecendo espontaneamente, semelhante à mancha mongólica sacral);
  • De 57 a 94% dos recém-nascidos apresentaram níveis protetores de anticorpos (> 0,184 mcg/mL).

Embora promissor, ainda aguardamos o término do estudo e da liberação da vacina pelos órgãos competentes (CDC e ANVISA). Referência:MADHI, S. A. et. al. Potential for Maternally Administer Vaccine for Infant Group B Streptococcus. New England Journal of Medicine, v. 389, n. 3, p. 215-227, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1056/nejmoa2116045. Acesso em: 27 nov. 2023.