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Intoxicação por varfarina: o plasma fresco ainda é a melhor alternativa terapêutica?
Escrito por
Alexandre Soeiro
Publicado em
12/8/2017
Não são raros os casos de intoxicação varfarínica em que temos que reverter o efeito anticoagulante na unidade de emergência. Diversos estudos têm mostrado superioridade do uso de complexo protrombinico (CPT) sobre o plasma fresco congelado (PFC) nessa situação. Trata-se de um concentrado de fatores de coagulação II, VII, IX e X em pouco volume. Apesar dessas ressalvas, no Brasil seu uso ainda é limitado, por desconhecimento e também por alto custo.
Trabalho recente, retrospectivo e realizado no InCor em São Paulo, comparou a efetividade de reversão do efeito anticoagulante da varfarina entre o CPT x PFC em pacientes com intoxicação varfarínica grave. O sangramento mais comum foi o gastrointestinal (31.7%), seguido do muscular (24.4%), urinário (18.1%) e intracraniano (13.2%). A reversão (INR < 1,5) em 2 horas foi de 33,3% no grupo CPT e 6,6% no grupo PFC (p = 0,001). Devido ao volume administrado em pacientes que receberam PFC, a incidência de edema agudo de pulmão foi de 5,6% no grupo CPT x 42,9% no grupo PFC (OR = 11,10, p = 0,04).
Acredita-se que em breve o uso de PFC deve ser substancialmente reduzido e substituído pelo CPT, já que se trata de algo mais eficaz.
Referência: Soeiro AM, et al. Open Journal of Emergency Medicine, 2017, 5, 75-84.