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Tratamento da estenose mitral: como fazer?
Escrito por
Tiago Bignoto
Publicado em
28/10/2021
Como fazer o tratamento da estenose mitral na prática? Primeiro, devemos lembrar que o tratamento clínico (ex: diuréticos e betabloqueadores) ajuda a controlar sintomas mas não muda o curso clínico da doença. O mapa mental abaixo resumo as bases do tratamento clínico dos pacientes:
E em relação ao tratamento intervencionista da estenose mitral? Quando indicá-lo? Vamos ver o que diz a nova diretriz europeia de valvopatias publicada em 2021. A avaliação da estenose mitral pela diretriz europeia de valvopatia tem um fluxograma prático. A partir do momento que a área valvar se reduz de 1,5 cm2, é necessário pesquisar a presença de sintomas. Em caso positivo, avalia-se a anatomia da valva mitral. Se escore de Wilkins baixo e ausência de outras contraindicações, procede-se a valvotomia mitral percutânea com balão. Se anatomia desfavorável ou alguma contraindicação como insuficiência mitral acima de moderado, encaminha-se o paciente para abordagem cirúrgica convencional. Em casos de alto risco cirúrgico, mesmo com anatomia desfavorável, pode-se tentar a valvotomia mitral percutânea, mas após uma adequada avaliação.
Na ausência de sintomas, pesquisa-se a presença de complicadores, como hipertensão arterial pulmonar acima de 50mmHg, FA de início recente e o desejo de engravidar de uma paciente. Se algum desses dados presentes, seguimos para a avaliação de anatomia valvar e encaminhamento ou para valvotomia mitral percutânea ou abordagem cirúrgica convencional.
Se complicadores ausentes, solicita-se o teste ergométrico para confirmar a ausência de sintomas. Se teste normal, acompanha-se clinicamente o paciente de perto. Se limitação funcional do teste, avalia-se a anatomia e segue-se o fluxo já estabelecido.