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Curso Básico de Tomografia Cardíaca - Ainda precisamos controlar a frequência cardíaca?

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Curso Básico de Tomografia Cardíaca - Ainda precisamos controlar a frequência cardíaca?

Realizar imagens de objetos em movimento são um desafio adicional a tecnologia médica. Agora imagina realizar imagens de um órgão que se movimenta cerca de 70 vezes durante um mínuto? E tudo fica mais difícil ainda quando você tem limitação em resolução temporal na tomografia Cardíaca (não sabe o que é isso? – veja aqui).

Mesmo os avanços tecnológicos recentes, com técnicas que aumentam a resolução temporal, o controle da frequência cardíaca (FC) durante a aquisição das imagens ainda é item fundamental para a realização de exames de qualidade.

Não só para a qualidade, mas para melhor controle da exposição do paciente à radiação (veja aqui). Lembrando que, ainda hoje, os tomógrafos mais disponíveis em nosso meio são os de primeira geração, nos quais o controle de FC é ainda mais importante.

Então se o paciente não estiver bradicárdico não dá pra fazer? Claro que dá!! Mesmo em pacientes com frequência cardíaca elevada, conseguimos realizar reconstrução na fase sistólica que permite imagens adequadas ao diagnósticos, principalmente dos segmentos proximais. Mas note a diferença na qualidade da imagem quando se realiza exame com FC adequada (figura 1 – imagem nítida) e com o paciente taquicárdico (figura 2 – imagem borrada).

Figura Tomografia 1

[caption id="attachment_9514" align="aligncenter" width="373"]

Tomografia Cardíaca

Tomografia 1[/caption]

Figura Tomografia 2

[caption id="attachment_9513" align="aligncenter" width="370"]

fc-elevada

Tomografia 2[/caption]

Assim, com algum frequência se faz necessário o controle da frequência cardíaca em torno de 65bpm. Para isso utilizamos preferencialmente agentes beta-bloqueadores seletivos (oral ou endovenoso) que tenham rápida e curta duração (ex. Tartarato de metoprolol). Em casos de contraindicação, agentes bloqueadores de canal de cálcio (ex. podem ser utilizados

Entretanto, esse procedimento aumenta o tempo em que o paciente permanece no serviço médico e por vezes é insuficiente para atingir o controle adequado com implicações no resultado final (por exemplo, segmentos coronarianos não analisáveis).

DICA PARA O CARDIOLOGISTA CLÍNICO

O médico solicitante pode colaborar para um exame de qualidade introduzindo, sempre que possível, um agente beta-bloqueador (ou outro cronotrópico negativo se não houver contraindicação) por um curto período pré-exame para que o controle da FC seja facilitado, suspendendo-o logo em seguida. Não esquecer que além de contribuir para um exame de qualidade e confiabilidade, permite que o paciente seja menos exposto à radiação graças a melhor eficiência dos mecanismos de modulação de dose.