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A Saga do Lactato: Segredos na Interpretação da Hiperlactatemia
Escrito por
André Lima
Publicado em
7/6/2018
A atual geração de profissionais de saúde passou toda formação profissional sedimentando a importância da dosagem de lactato sérico em pacientes críticos objetivando direcionar as ações para reverter estas hiperlactatemias. Mas como interpretar adequadamente essas informações sem confundir as informações?
Agora vamos discutir como este componente é formado no organismos e, principalmente, como interpretá-lo de maneira adequada não caindo nas clássicas “pegadinhas do Lactato”.
Então, o que é o lactato?
É um subproduto da glicólise na produção do ATP ( lembrou das aulas de Bioquímica que você faltou , não é?). Nesse metabolismo existem 2 vias ou etapas. Uma que acontece no citoplasma, que não utiliza oxigênio e produz piruvato que em seguida é transformado em Lactato ( via anaeróbica) gerando apenas 2 ATP. A segunda etapa acontece na mitocôndria com utilização de oxigênio e onde o piruvato é transformado em acetilCoa ( lembrou novamente do livro de bioquímica rsrs) e essa substância é metabolizada aerobicamente por enzimas no famoso Ciclo de Krebs e produz 36 ATP sendo muito mais eficiente.
Portanto , em condições de anaerobiose, onde o piruvato não entra na mitocôndria para metabolização aeróbica, pode ocorrer o excesso de piruvato que consequentemente será metabolizado em Lactato. Por este motivo dosamos o lactato sérico e normalmente o relacionamos à disóxia celular.
Lembrando que quando o fornecimento de oxigênio é restabelecido, o lactato em excesso é direcionado para metabolismo aeróbico e rapidamente será metabolizado em ATP.
E qual o significado da acidose láctica? Quais as causas? Como faço para tratá-la? Aguarde os próximos posts sobre o assunto. Gosta de temas sobre UTI? Acesse nossa página de cardiointensivismo.Parte 2 : https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/acidose-lactica-outras-dicas-praticas/