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Recomendações para Profilaxia de Endocardite
Escrito por
André Lima
Publicado em
4/6/2011
As indicações para profilaxia de endocardite relacionada a procedimentos existem desde a década de 50 e sempre foram relacionadas a procedimentos odontológicos, genitourinários e gastrointestinais que cursam com alta incidência de bacteremia. Porém nos últimos anos estas indicações tornaram-se confusas, principalmente depois da divulgação do documento de atualização das indicações de profilaxia de endocardite do Colégio Americano de Cardiologia ( AHA /ACC) em 2008 que restringiu o seu uso.
Neste documento americano, algumas indicações clássicas para profilaxia como para os pacientes de alto risco de EI grave deixaram de ser Classe I e tornaram-se classe IIa apenas quando associados a procedimentos odontológicos de alta alto risco para endocardite ( extração dentária, manipulação de tecido gengival ou região periapical e perfuração de mucosa). Os procedimentos não odontológicos como broncoscopia, ecocardiograma transesofágico, endoscopia digestiva alta, colonoscopia e os demais procedimento genitourinários e gastro intestinais deixaram de ter indicação de profilaxia.
Porém creio que em uma população com alta prevalência de valvulopatia reumática e má saúde bucal como a nossa, as indicações de profilaxia da II Diretriz Brasileira de Perioperatório são mais coerentes e são aqui recomendadas.
- Grau de recomedação I :
- É recomendada para os paciente de alto risco para EI ( tabela 8) e que serão submetidos à procedimentos odontológicos de alta probabilidade de bacteremia significativa ( tabela 9 ). Esquema antibiótico na Tabela 10. Nível de evidência C.
- Grau de Recomendação IIa:
- Profilaxia para pacientes com valvopatia ou cardiopatia
congênita que não se enquadrem na Tabela 8 e que serão
submetidos a procedimentos odontológicos de alta probabilidade
de bacteremia significativa (Tabela 9). Esquema antibiótico na
Tabela 10. Nível de evidência C.
- Profilaxia para pacientes com risco elevado para EI grave
(Tabela 8) e que serão submetidos a procedimentos geniturinários
ou gastrointestinais associados a lesão de mucosa. Esquema
antibiótico na Tabela 11. Nível de evidência C.
- Profilaxia para pacientes com risco elevado para EI grave
(Tabela 8) e que serão submetidos a procedimentos esofagianos
ou do trato respiratório associado a lesão de mucosa. Esquema
antibiótico na Tabela 10. Nível de evidência C.
- Grau de Recomendação IIb:
- Profilaxia para pacientes com valvopatia ou cardiopatia
congênita que não se enquadrem na Tabela 8 e que serãosubmetidos a procedimentos odontológicos que não se
enquadrem na Tabela 9. Esquema antibiótico na Tabela 10.
Nível de evidência C.
• Profilaxia para pacientes com valvopatia ou cardiopatia
congênita que não se enquadrem na Tabela 8 e que serão
submetidos a procedimentos geniturinários ou gastrointestinais
associados a lesão de mucosa. Esquema antibiótico na Tabela
11. Nível de evidência C.
• Profilaxia para pacientes com valvopatia ou cardiopatia
congênita que não se enquadrem na Tabela 8 e que serão
submetidos a procedimentos esofagianos ou do trato
respiratório associado a lesão de mucosa. Esquema antibiótico
na Tabela 10. Nível de evidência C.
- Grau de recomendação III
• Não há indicação para profilaxia de EI em pacientes
com comunicação interatrial (CIA) isolada; comunicação
interventricular ou persistência do canal arterial corrigidas e sem
fluxo residual; cirurgia de revascularização miocárdica; prolapso
de valva mitral sem regurgitação; após colocação de stents;
sopros cardíacos inocentes; portadores de marca-passo ou CDI;
história de doença de Kawasaki ou febre reumática sem disfunção
valvar, que serão submetidos a procedimentos odontológicos,
esofagianos, trato respiratório, geniturinário ou gastrointestinal;
• Não há indicação para procedimentos que não envolvam
risco de bacteremia.
REFERÊNCIAS:
1- II Diretriz Brasileira de Perioperatório