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Qual A Relação Entre Poroceratose E Neoplasias Malignas?
Escrito por
Jéssica Guido
Publicado em
12/9/2023
As poroceratoses são distúrbios de ceratinização que ocorrem pela rotina clonal e focal de ceratinócitos anormais, com a formação de uma lamela cornoide (coluna de paraceratose focal) e hipo ou agranulose. As mutações genéticas estão envolvidas, principalmente, nos cromossomos 1, 12, 15, 16 e 18.
Porém há duas formas de envolvimento das poroceratoses com neoplasias malignas.
- A evolução de uma poroceratose para o carcinoma espinocelular e, menos frequentemente, para o carcinoma basocelular.
- E a poroceratose como síndrome paraneoplásica.
Na primeira forma, justifica-se pela perda alélica em genes supressores tumorais (como o p53) nos ceratinócitos anormais e também mutações no p53 causadas pelos raios ultravioletas. A incidência de malignizações perfaz, em média, 7,5 a 11% das lesões de poroceratose.
Fatores de risco para a transformação neoplásica são:
- Lesões antigas
- Lesões grandes
- Lesões de distribuição linear
- Idade avançada
- Imunossupressão
- Exposição a radiações ionizantes
A Poroceratose Linear pode degenerar em até 20% dos casos. Outras variantes com potencial de malignização são: a Poroceratose de Mibelli , Poroceratose Palmoplantar Disseminada e a Poroceratose Actínica Superficial Disseminada . Portanto, pacientes portadores de poroceratos deverão ser avaliados de rotina.
Figura 01- Poroceratose de Mibelli.
Fonte: Vargas-Moura et al, 2020.
Na segunda forma, a literatura reforça que a Poroceratose Disseminada Eruptiva (PDE), na qual ocorrem lesões de poroceratose muito eritematosas e pruriginosas de forma abrupta, pode se apresentar como uma síndrome paraneoplásica, estando estatisticamente relacionada a neoplasias malignas biliohepatopancreáticas e hematológicas. Recomenda-se que os pacientes portadores da PDE sejam exaustivamente investigados.
REFERÊNCIAS
Das A, Vasudevan B, Talwar A. Porokeratosis: An enigma beginning to unravel. Indian J Dermatol Venereol Leprol 2022;88:291-9.
Vargas-Mora P, Morgado-Carrasco D, Fustà-Novell X. Poroqueratose. Revisão de sua etiopatogenia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Actas Dermo-Sifiliográficas. 2020; 111(7): 545-560. DOI: 10.1016/j.ad.2020.03.005