Qual a melhor forma de quantificar estenose mitral na gestação?

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Vimos em post prévio quais as modificações hemodinâmicas fisiológicas que ocorrem durante a gestação. Tais mudanças aumentam o risco de compensação de certas cardiopatias pré-existentes, como a estenose mitral.

Qual a melhor forma de quantificar a gravidade da estenose mitral durante o período gravídico? Seria a área valvar medida pela planimetria? Ou pela método do PHT? Ou seria melhor usar o gradiente diastólico médio?

Resposta: o melhor parâmetro para quantificar a gravidade da estenose mitral na gestação é a mensuração da área valvar mitral pela planimetria.

Por quê? As outras medidas, principalmente os gradientes diastólicos, sofrem influência do status hemodinâmico da paciente. Situações como a gravidez que aumentam o débito cardíaco, o volume sanguíneo circulante e causam elevação da frequência cardíaca tendem a aumentar significativamente os gradientes através da valva. Isso ocorre simplesmente porque há mais sangue passando por um mesmo espaço em um determinado intervalo de tempo. Assim, a paciente pode ter uma estenose moderada mas apresentar temporariamente gradientes sugestivos de valvopatia importante.

Dica: o cálculo da área valvar mitral pelo método da planimetria deve ser sempre o preferido para a quantificação da estenose mitral. Isto é particularmente importante em situações que há estado hiperdinâmico (doença febril, sepse, gestação, hipertireoidismo descompensado, taquiarritmias, etc).