Qual a importância da história familiar em pctes com miocardiopatia dilatada sem causa definida?

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Não é incomum nos depararmos com pctes com miocardiopatia dilatada/IC com fração de ejeção reduzida sem causa aparente para a cardiopatia. Cate sem lesões, sorologia para chagas negativa, ausência de HAS , DM ou alcoolismo, TSH dentro dos limites da normalidade. Antigamente estes pctes eram classificados como miocardiopatia dilatada idiopática. Atualmente, com a maior disponibilidade da ressonância cardíaca, alguns destes casos terminam sendo elucidados, dando-se o diagnóstico de uma sequela de miocardite, por exemplo. Mesmo com a RNM, alguns casos ainda ficam sem etiologia clara. Neste cenário é fundamental a revisão detalhada da história familiar do pcte. Caso o mesmo tenha algum parente próximo com o mesmo diagnóstico, pode-se tratar de uma miocardiopatia dilatada familiar, responsável por 20% a 35% dos casos antigamente clasisificados como idiopáticos. Desta forma, a diretriz americana de IC recomenda que se pergunte o histórico das 3 gerações do pcte. Exemplo: paciente de 26 anos com FE de 26% sem causa definida - perguntar sobre os irmãos, pais, tios e avós. Caso o pcte tenha um pai com miocardiopatia dilatada idiopática, por exemplo, pode-se classificar este caso como miocardiopatia dilatada familiar.

O diagnóstico de miocardiopatia familiar irá mudar necessariamente a conduta do pcte?Não. Ele continuará sendo medicado como recomendam as diretrizes. Contudo, muda a conduta para os seus familiares de primeiro grau os quais devem ser rastreados com ecocardiograma. Caso o exame seja normal, sugere-se que o mesmo seja repetido a cada 3 ou 5 anos. Além disso, pode-se considerar a realização de testes genéticos dependendo da disponibilidade do local.