Quais são os fatores que desencadeiam a constipação intestinal?

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Na grande maioria das vezes (95% dos casos) a constipação é funcional, ou seja, não possui nenhuma causa orgânica que a justifique e, como tal, é o resultado da interação do eixo cérebro-intestino e de fatores biopsicossociais.

Podemos destacar, no entanto, fatores precipitadores da constipação, como interrupção precoce do aleitamento materno, uso de fórmulas preparadas de maneira inadequada, dieta com baixo teor de fibras e líquidos, após episódio de infecção, início na escola, época do desfralde (especialmente se foi forçado, e não no tempo da criança), mudanças na dieta, mudanças na rotina (mudança de casa ou de escola), dinâmica familiar, uso de medicamentos (opioides, antidepressivos, quimioterapia), sedentarismo, transtorno de depressão ou ansiedade, violência física ou sexual e alterações da motilidade, como tempo de trânsito colônico prolongado ou dissinergia do assoalho pélvico.

A constipação é considerada crônica quando dura mais de 30 dias, e a criança entra num círculo vicioso de evacuações endurecidas e dolorosas que a machucam. Nesse momento passam a evitar a evacuação com a retenção de fezes, que ficam mais volumosas e ressecadas até que a criança não consegue mais inibir a evacuação e elimina fezes mais endurecidas e dolorosas.

É importante ressaltar aos pais e pediatras que o desfralde só deve ser iniciado se a criança estiver evacuando normalmente fezes macias, pois o próprio aprendizado do controle esfincteriano leva a um comportamento retentivo, e essa situação tende a piorar caso o paciente já apresente retenção de fezes por medo de evacuar.