Profilaxia de endocardite infecciosa: o que dizem os diferentes guidelines?

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Profilaxia de endocardite infecciosa: o que dizem os diferentes guidelines?

 

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Já vimos neste post e neste post as recomendações da sociedade brasileira de cardiologia para profilaxia de endocardite. Mas o que as sociedades internacionais falam sobre o tema? Vamos lá:

- NICE (Inglaterra) - não se recomenda profilaxia para NENHUM paciente

- ESC (sociedade europeia de cardiologia) - recomenda usar profilaxia para os pacientes de ALTO RISCO que irão se submeter a procedimentos dentários com provável lesão da mucosa oral. Os pctes de alto risco são:

1- Endocardite prévia

2- Prótese valvar (incluindo prótese implantada via percutânea ou casos em que se usou material protético para reparar uma valva nativa)

3- Pacientes com cardiopatia congênita cianótica

4- Pacientes com cardiopatia congênita nos primeiros 6 meses após implante de material protético. Exemplo: pcte realizou fechamento de CIA com prótese percutânea. Nos primeiros 6 meses este material ainda não foi epitelizado e assim serve como sítio para a proliferação de bactérias. Após 6 meses, este risco diminui bastante. Caso tenha ficado algum defeito residual - recomenda-se usar profilaxia para o resto de vida. Exemplo: paciente que colocou prótese para fechamento de CIV mas que terminou ficando com pequena CIV residual.

Os europeus NAO recomendam profilaxia para procedimentos gastrointestinais ou genituurinários

- Por fim, os americanos - basicamente são as mesmas recomendações dos europeus mas eles incluem também o grupo de pacientes submetidos a transplante cardíaco que desenvolvem valvopatia no pós-op. O mais comum é haver aparecimento de insuficiência tricúspide de graus variáveis muitas vezes secundária às frequentes biópsias de VD que são necessárias após o Tx cardíaco.

Confuso? Que sociedade seguir? Bem, é a velha história: quando há várias recomendações diferentes sobre um mesmo tema isto normalmente reflete falta de dados científicos sólidos sobre o assunto. Para os que irão prestar prova de título de especialista de cardiologia aqui no Brasil, parece prudente seguir as recomendações da SBC para responder às perguntas.