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Principais Diferenças entre Linfoma Hodgkin e Não Hodgkin
Escrito por
Sabrina Santos
Publicado em
16/1/2025
Os linfomas são a terceira neoplasia mais comum na infância, representando cerca de 14% das doenças malignas nessa faixa etária. Entre os tipos principais de linfoma, destacam-se o Linfoma de Hodgkin e o Linfoma Não Hodgkin, que apresentam diferenças significativas em suas características, comportamento clínico e tratamento. Neste texto, vamos explorar as principais distinções entre esses dois tipos de linfoma.
Apresentação Clínica
O Linfoma de Hodgkin se caracteriza por um crescimento lento com disseminação preferencialmente linfática. Já o Linfoma Não Hodgkin tende a ter um crescimento rápido e uma maior capacidade de disseminação, podendo comprometer órgãos como a medula óssea e o sistema nervoso central (SNC).
Patologia
Uma das principais marcas do Linfoma de Hodgkin é a presença das células de Reed-Sternberg, que são características desse tipo de linfoma e essenciais para seu diagnóstico. Em contrapartida, o Linfoma Não Hodgkin não possui essas células e é um grupo mais diversificado, dividido em subtipos como o Linfoma de Burkitt, Linfoma Linfoblástico e Linfoma de Grandes Células.
Quadro Clínico
O Linfoma de Hodgkin geralmente se manifesta como uma linfonodomegalia cervical lateral, indolor, e de crescimento lento. Em alguns casos, pode haver sintomas sistêmicos como febre, sudorese noturna e perda de peso. Por outro lado, o Linfoma Não Hodgkin apresenta um quadro clínico mais variado devido à sua rápida progressão e à ampla gama de locais afetados, incluindo massas abdominais, mediastinais, linfonodos periféricos e até envolvimento do SNC e da medula óssea.
Diagnóstico
Tanto o Linfoma de Hodgkin quanto o Linfoma Não Hodgkin são diagnosticados por meio de biópsia, exames de sangue e métodos de imagem como tomografia e ressonância magnética. A identificação precisa do subtipo de linfoma é fundamental, especialmente para o manejo dos Linfomas Não Hodgkin, dado o impacto que o subtipo tem na escolha do tratamento.
Tratamento
O tratamento do Linfoma de Hodgkin geralmente envolve quimioterapia e, quando necessário, radioterapia, com um bom prognóstico na maioria dos casos, com taxas de cura que variam entre 70% a 90%. Em comparação, o tratamento do Linfoma Não Hodgkin é mais complexo, geralmente necessitando de quimioterapia em altas doses, imunoterapia e, em alguns casos, anticorpos monoclonais. Embora a sobrevida para o Linfoma Não Hodgkin também seja alta (acima de 80%), o prognóstico pode variar significativamente conforme o subtipo e a extensão da doença.
Prognóstico
Ambos os tipos de linfoma têm bom prognóstico com o tratamento adequado. No Linfoma de Hodgkin, a maioria dos pacientes responde bem ao tratamento, enquanto no Linfoma Não Hodgkin, o sucesso do tratamento depende do subtipo específico e do estágio da doença no momento do diagnóstico.
Em resumo, enquanto o Linfoma de Hodgkin e o Linfoma Não Hodgkin compartilham algumas características básicas como a origem linfática, suas diferenças em crescimento, patologia, quadro clínico, tratamento e prognóstico são importantes para o manejo adequado de cada caso.
Referência:
Sociedade Brasileira de Pediatria. (2024). Linfomas. Documento Científico do Departamento de Oncologia, n. 166, 02 de setembro de 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24298b-DC_Linfomas.pdf . Acesso em 14 de setembro de 2024.