O Impacto do Consumo de Bebidas Energéticas em Crianças e Adolescentes: Riscos e Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria

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O consumo de bebidas energéticas e esportivas entre crianças e adolescentes tem se tornado cada vez mais comum, impulsionado por promessas de aumento de energia, melhoria no desempenho físico e mental. Entretanto, os riscos associados a esses produtos são significativos e preocupantes, especialmente devido ao conteúdo elevado de cafeína e outros estimulantes.

Essas bebidas geralmente contêm entre 80 a 110 mg de cafeína por porção de 240 mL, quantidade que pode ser aumentada ainda mais pela adição de ingredientes como o guaraná.  

Esse cenário é particularmente preocupante porque muitos países, inclusive o Brasil, não possuem diretrizes específicas que estabeleçam uma idade mínima segura para o consumo de cafeína em jovens. Além das bebidas energéticas, a cafeína está presente em várias outras fontes como café, refrigerantes à base de cola, guaraná e chás, complicando o controle do consumo total dessa substância pelos adolescentes.

Em contrapartida, o Ministério da Saúde do Canadá sugere que crianças entre 4 e 12 anos não excedam uma ingestão diária de 2,5 mg de cafeína por quilograma de peso corporal. Isso significa que, dependendo da faixa etária, o consumo máximo recomendado seria:

  • 4 a 6 anos: até 45 mg;
  • 7 a 9 anos: até 62,5 mg;
  • 10 a 12 anos: até 85 mg.

Os efeitos adversos do consumo excessivo de cafeína em jovens podem incluir sintomas como taquicardia, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono e ansiedade. Em casos extremos, há o risco de convulsões, arritmias cardíacas e até mesmo morte. A combinação dessas bebidas com álcool, uma prática crescente entre adolescentes, eleva ainda mais os riscos.

Diante do aumento do consumo e dos perigos associados, é crucial que os pediatras informem e orientem pais e adolescentes sobre as diferenças entre bebidas energéticas e isotônicas, além de promover alternativas mais seguras para reposição de energia e eletrólitos. A implementação de regulamentações mais rigorosas e a ampliação da conscientização são passos essenciais para a proteção da saúde dos jovens.

Referência:

Sociedade Brasileira de Pediatria. Consumo de bebidas energéticas por crianças e adolescentes. Documento Científico do Departamento de Nutrologia. 2022. Disponível em https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23377c-DC-Consumo_BebEnergeticas_crc_e_adl.pdf . Acesso em 21 de agosto de 2024.