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Preciso corrigir dose do betabloqueador na insuficiência renal?
Escrito por
Carlos Frederico Costa Lopes
Publicado em
18/5/2021
Qual a pergunta que vem a sua cabeça quando um paciente cardiopata (com IC, DAC ou HAS) faz uma insuficiência renal aguda? Geralmente pensamos logo se o paciente está usando algo como inibidores de enzima conversora de angiotensina, bloqueadores do receptores de angiotensina ou espironolactona já que essas medicações podem causar hipercalemia. Isso é quase que um pensamento medular. Mas você sabia que não é apenas com essas medicações que devemos ficar atentos? Betabloqueadores e antagonistas dos canais de cálcio também podem ter a metabolização alterada na disfunção renal. Poucos ficam atentos a este aspecto. Como faço então para corrigir a dose do betabloqueador na insuficiência renal?
Veja aqui alguns exemplos:
BETABLOQUEADORES
1- Atenolol -> CrCl 10 a 30mL/min : dose máxima : 50mg/dia
CrCl < 10mL/min : dose máxima : 25mg/dia
Diálise: 25 a 50mg/dia, com reforço pós-diálise. Idealmente, devemos evitar o uso de atenolol nestes casos, como visto neste post.
2- Bisoprolol -> CrCl < 40mL/min : Aumentar com cuidado a partir de 2.5mg/dia
3- Nebivolol -> CrCL < 30ml/min: Aumentar com cuidado a partir de 2.5mg/dia
Nem sempre temos que alterar a dose do betabloqueador na insuficiência renal. Não necessitam de ajustes : Propranolol, Metoprolol, Carvedilol
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
1- Verapamil -> usar com cuidado em pacientes com disfunção renal, particularmente a apresentação de liberação prolongada, com monitorização mais frequente por eletrocardiograma.
Não necessitam de ajustes: anlodipina e diltiazem.