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Pré-operatório de cirurgia bariátrica - como fazer? Parte 3
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
12/8/2015
Sobre o pré-operatório de cirurgia bariátrica:
Resumão do agoritmo proposto pela AHA para avaliar pacientes com obesidade grau 3 (IMC>40) que irão ser submetidos a uma cirurgia não cardíaca eletiva:
1- se paciente sem fatores de risco para doença cardiovascular, assintomático, com boa capacidade funcional, exame físico normal e que vai ser submetido a cirurgia de baixo risco - não precisaria nem de radiografia de tórax, nem de ecg
2- paciente com 1 ou mais fatores de risco para coronariopatia (ex: HAS, DM, DLP, tabagismo, etc) ou com doença cardiovascular manifesta - solicitar ecg e radiografia de tórax. Se algum dos exames sugerir alterações (ex: ecg com sobrecarga de VE, radiografia de tórax com aumento de área cardíaca, etc) - prosseguir investigação de forma usual - pedir ecocardiograma, etc
3- se ambos os exames (ecg e radiografia de tórax) vierem normais - observar a capacidade funcional do paciente. Se boa (paciente consegue subir 1 ou 2 lances de escada sem cansar, por exemplo) - não pedir exames adicionais. Se baixa ou não avaliável (ex: paciente amputado que não consegue se exercitar de forma adequada) - solicitar método de imagem para avaliar a função do VE. Normalmente o método escolhido será o ecocardiograma. Se o ecocardiograma vier alterado, avaliar a necessidade de exames adicionais (ex: fração de ejeção baixar - pedir teste não invasivo para coronariopatia ou mesmo cateterismo direto).
A diretriz deixa um pouco em aberto as indicações para se solicitar testes não invasivos para investigar coronariopatia sugerindo que deve-se seguir o protocolo geral da AHA para avaliação cardiovascular perioperatória.
Fonte: Poirier P, Alpert MA, Fleisher LA, Thompson PD, Sugerman HJ, Burke LE et al. Cardiovascular evaluation and management of severely obese patients undergoing surgery: a science advisory from the American Heart Association. Circulation 2009;120:86–95.