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Já publicamos no cardiopapers os resultados originais do Partner. Na coorte A foram avaliados pctes de alto risco cirúrgico sendo os mesmos randomizados para a troca valvar cirúrgica convencional ou para o implante percutâneo de prótese aórtica. Já na coorte B foram selecionados pctes considerados de risco cirúrgico proibitivo (mortalidade estimada em >50% caso fosse optado por cirurgia). Estes então eram randomizados para tratamento clínico otimizado (incluindo valvoplastia percutânea) ou para o implante de prótese de forma percutânea.
Os resultados da coorte B foram espetaculares. A cada 5 pctes tratados com a nova estratégia salvou-se uma vida no seguimento inicial. Lembrando que pouquíssimas intervenções na medicina têm um NNT (número necessário para tratar) tão pequeno. Um exemplo – temos que tratar 25 pacientes que se apresentam com IAM com supra de St na primeira hora de evolução com trombolíticos para salvar 1 vida. NNT de 25.
Esta semana foi apresentado no congresso TCT (transcatheter cardiovascular therapeuthics) o seguimento de 2 anos da coorte B do PARTNER. O que foi mostrado é que o que era bom ficou melhor. Após 2 anos de acompanhamento o NNT baixou para 4 – ou seja, a cada 4 pctes tratados com o implante percutâneo da prótese aórtica salvou-se uma vida. Segundo os pesquisadores as curvas de sobrevida continuam a divergir. Assim sendo, é provável que no seguimento de 3 ou 4 anos tenhamos resultados ainda mais promissores.
A grande questão é quando esta terapêutica estará disponível em larga escala no Brasil. Atualmente o procedimento custa mais de 80.000 reais não sendo coberto pelos planos de saúde. Ou seja, ainda é uma realidade para muito poucos aqui.