O que mudou na profilaxia da tuberculose e tratamento da ILTB?

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Em 2024 o ministério da saúde atualizou os esquemas de quimioprofilaxia primária para recém-nascidos (RN) que coabitam com adultos bacilíferos e também atualizaram o esquema de tratamento da tuberculose latente (ILTB) para crianças menores de 10 anos.  

Em relação à quimioprofilaxia primária do RN, a recomendação atual é não fazer a  vacina BCG ao nascer e iniciar esquema com rifampicina por 4 meses. Após esse período a criança deve receber a vacina BCG e NÃO FARÁ A PROVA TUBERCULÍNICA. Caso a rifampicina não esteja disponível, o RN deve receber o esquema antigo com isoniazida por 3 meses, realizar a prova tuberculínica e vacinar com BCG se a prova for negativa ou prosseguir com o tratamento por mais 3 meses se a prova for positiva.  

Agora em relação ao tratamento da ILTB para crianças menores de 10 anos, a escolha do tratamento preferencial vai se basear no fato da criança conseguir ou não deglutir comprimidos:

Crianças maiores de 2 anos, que não vivem com HIV, e sabem deglutir comprimidos devem receber o esquema 3HP, ou seja, 3 meses com doses semanais de rifapentina e isoniazida. Agora, para crianças menores de 10 anos, que pesam entre 4 e 25kg e não conseguem deglutir comprimido, o esquema preferencial é o 3RH, ou seja, 3 meses de doses diárias de rifampicina e isoniazida em comprimidos dispersíveis.  

Para crianças com menos de 4kg o esquema de tratamento da ILTB é com 4 meses de rifampicina.  

E agora você deve estar se perguntando “E o esquema antigo de 6 ou 9 meses de isoniazida?” Esse esquema poderá ser utilizado quando não for possível utilizar os demais esquemas. Vale ressaltar que crianças que vivem com HIV e usam TARV podem ter reação medicamentosa com uso da rifampicina, portanto para esse grupo o esquema de tratamento da ILTB deve ser com 9 meses de isoniazida.  

Referência: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/notas-informativas/2024/nota-informativa-6-2024-dispersiveis-rifampicina-e-isoniazida.pdf