Compartilhe
Embora a diretriz da ADA de 2024já incluísse a possibilidade de rastreio de hipogonadismo em homens com diabetes que apresentam sintomas, especialmente da esfera sexual, nada se falava sobre a disfunção sexual em mulheres. No novo documento com recomendações atualizadas para 2025, não apenas os autores expandem a orientação de rastreio para homens como incluem um tópico para orientar o rastreio da disfunção sexual também em mulheres.
Rastreio da disfunção sexual nos homens com diabetes:
Em homens, a nova diretriz recomenda que tanto aqueles com diabetes como aqueles com pre-diabetes sejam questionados sobre a saúde sexual, avaliando se há queixas de redução da libido ou de disfunção erétil. Na presença de sinais e/ou sintomas de hipogonadismo, realizar rastreio com dosagem de testosterona total pela manhã, em jejum.
Os autores também lembram que, na presença de níveis séricos de testosterona total em torno do limite inferior da normalidade, deve-se determinar a testosterona livre calculada, especialmente porque os níveis de SHBG podem estar baixos em pacientes com diabetes, especialmente na presença de obesidade, levando a níveis falsamente reduzidos de testosterona total.
Os autores também recomendam que, em homens com diabetes ou pre-diabetes, seja realizado rastreio para disfunção erétil, especialmente naqueles com os seguintes critérios: alto risco cardiovascular, doença cardiovascular, doença renal do diabetes, retinopatia, neuropatia periférica ou autonômica, duração prolongada do diabetes, depressão, hipogonadismo e descontrole glicêmico.
Rastreio da disfunção sexual nas mulheres com diabetes:
Os autores orientam que mulheres com diabetes ou pré-diabetes sejam questionadas sobre:
1. A saúde sexual, incluindo a libido, a excitação e o orgasmo, especialmente aquelas com depressão e/ou ansiedade e aquelas com infecções urinárias de repetição.
2. Sintomas e/ou sinais de síndrome genitourinária da menopausa, incluindo ressecamento vaginal e dispareunia, desde que seja mmulheres na pós-menopausa.
Estas recomendações partem da constatação de que a presença de disfunção sexual em mulheres é mais comum naqueles com diabetes do que naquelas sem a doença. Também parece ser mais comum em mulheres do que em homens com diabetes, embora eles sejam mais questionados sobre o problema do que elas.
Parecem ser fatores de risco paraa disfunção sexual: hipertensão, obesidade, síndrome metabólica, tabagismo, dislipidemia, duração prolongada do diabetes, descontrole glicêmico, retinopatia e neuropatia diabéticas e doença renal do diabetes.
Portanto, para melhora da função sexual, tem se mostrado benéfico: melhora da dieta (a dieta do mediterrâneo parece ser eficaz), atividade física, cessação do tabagismo, controle glicêmico adequado e prevenção das complicações. Como a presença de depressão e ansiedade tem se correlacionado com a saúde sexual destas mulheres, a saúde mental também deve ser uma preocupação. Nas mulheres que estão na menopausa, o tratamento dos sintomas menopausais, incluindo a síndrome genitourinária, com a terapia hormonal também parece melhorar a função sexual.