O Minoxidil No Tratamento Da Alopecia Androgenética

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A Alopecia androgenética é uma patologia frequente que acomete homens e mulheres. Ocorre devido à ação da dihidrotestosterona nos folículos pilosos, alterando o ciclo capilar através do encurtamento da fase anágena. Como consequência, ocorre uma diminuição progressiva do crescimento dos cabelos, com miniaturização dos pelos, culminando com atrofia do fólico piloso. Atualmente, existem várias medicações usadas no controle dessa patologia, sendo o minoxidil uma das mais prescritas.

O minoxidil começou a ser utilizado na década de 1970 no tratamento de hipertensão arterial severa devido ao seu efeito vasodilatador. Nesse período, verificou-se que a hipertricose era um dos seus principais efeitos colaterais, sendo lançado em 1986 uma fórmula para uso tópico.

O mecanismo exato de ação dessa medicação ainda não está bem definido, porém sabe-se que ocorre uma vasodilatação local, aumentando o aporte sanguíneo para o folículo, além de prolongamento da fase anágena e encurtamento da telógena levam a um maior crescimento e aumento do diâmetro do pelo.

A formulação tópica de Minoxidil é largamente utilizada no tratamento da alopecia androgenética, sendo inclusive aprovada pelo FDA tanto para uso em homens quanto em mulheres. É uma opção terapêutica efetiva e que apresenta poucos efeitos colaterais. A dermatite de contato é um dos mais descritos, porém sua incidência diminui bastante quando são usadas formulações sem propilenoglicol. Um outro efeito colateral é um aumento da queda de cabelo (“efeito shedding”) que é temporária e ocorre nas primeiras semanas de uso do minoxidil.

Recentemente, foi iniciado de forma off label o uso do minoxidil oral em baixas doses e vários estudos têm demonstrado segurança no seu uso e uma boa resposta terapêutica. O efeito colateral mais descrito é a hipertricose, que pode ser um fator limitante para seu uso nas mulheres. Assim como com o minoxidil tópico, também há o efeito shedding com o tratamento oral, que dura de 3 a 6 semanas, sendo importante alertar o paciente sobre esse possível efeito para evitar suspensão precoce da medicação. Menos comumente, foram descritos efeitos como hipotensão postural e tonturas. Os efeitos colaterais cardiovasculares mais severos, frequentes com uso da medicação na dose anti-hipertensiva (10-40mg/dia), são raros com as doses empregadas para o tratamento da alopecia androgenética (homens: 1 a 5mg/dia e mulheres: 0,25 a 2,5mg/dia).

Referencias:

  • Goren A, Naccarato T. Minoxidil in the treatment of androgenetic alopecia. Dermatol Ther. 2018 Sep;31(5):e12686. doi: 10.1111/dth.12686. Epub 2018 Aug 28. PMID: 30155952.
  • Stoehr JR, Choi JN, Colavincenzo M, Vanderweil S. Off-Label Use of Topical Minoxidil in Alopecia: A Review. Am J Clin Dermatol. 2019 Apr;20(2):237-250. doi: 10.1007/s40257-018-0409-y. PMID: 30604379.
  • Randolph M, Tosti A. Oral minoxidil treatment for hair loss: A review of efficacy and safety. J Am Acad Dermatol. 2021 Mar;84(3):737-746. doi: 10.1016/j.jaad.2020.06.1009. Epub 2020 Jul 2. PMID: 32622136.