Novo guideline sobre Vitamina D para Prevenção de Doenças

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Capsulas de vitamina D

Neste mês de junho, tivemos o congresso anual da Endocrine Society - ENDO 2024, que ocorreu na cidade de Boston, estado de Massachusetts, Estados Unidos. Durante o evento foi apresentado o guideline sobre Vitamina D para Prevenção de Doenças, publicado simultaneamente no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. O documento inédito chama a atenção por abordar um tema até então pouco explorado em guidelines anteriores sobre vitamina D, trazendo recomendações bastante polêmicas. Vejamos a seguir as principais recomendações do guideline sobre a suplementação da vitamina D em diferentes fases da vida (infância, adolescência, fase adulta, velhice e gestação). Em breve, postaremos a segunda parte do resumo com as demais recomendações.

 

1.    Uso de vitamina D para crianças de 1 a 18 anos

 

Os autores sugerem que em crianças e adolescentes (faixa etária de 1 a 18 anos),seja realizada suplementação empírica de vitamina D para prevenir o raquitismo nutricional e potencialmente diminuir o risco de infecções do trato respiratório. Com relação à dose de suplementação para redução de infecções do trato respiratório em crianças, as dosagens de vitamina D avaliadas nos ensaios clínicos variaram de 300 a 2.000 UI por dia.

 

Para justificar essa controversa recomendação, os autores destacaram que, apesar da qualidade baixa a moderada das evidências que sugerem benefício para prevenção de infecções respiratórias, tais condições são uma causa importante de mortalidade na infância e os custos e riscos da suplementação são baixos.

 

2.    Adultos com idade inferior a 50 anos

 

Na população adulta em geral com menos de 50 anos, não se recomenda a suplementação empírica de vitamina D. Esta recomendação refere-se à suplementação empírica de vitamina D acima da ingestão diária recomendada que deve ser de 600 UI por dia para essa faixa etária. O guideline também não recomenda solicitação rotineira de dosagem de vitamina D para adultos jovens saudáveis.

 

Testes para identificar aqueles com baixo nível de 25(OH)D, ou para monitorar a resposta à terapia, podem ser necessários em populações especiais,incluindo aqueles com má absorção (por exemplo, por síndrome do intestino curto, bypass gástrico, doença inflamatória intestinal), aqueles com catabolismo aumentado de vitamina D (por exemplo, devido a certos medicamentos)e aqueles com perdas renais aumentadas de vitamina D (por exemplo, síndrome nefrótica).

 

3.    Adultos com idade entre 50 e 74 anos

 

Na população adulta saudável, com idade de 50 a 74 anos, não se recomenda a suplementação empírica de vitamina D. Esta recomendação refere-se à suplementação acima da ingestão diária recomendada que deve ser de 600 UI por dia para pacientes com idade entre 50-70 anos e 800 UI por dia para pacientes com idade acima de 70 anos. O guideline também não recomenda solicitação rotineira de dosagem de vitamina D para tais pacientes.

 

4.    Adultos com idade acima de 74 anos

 

Na população geral com 75 anos ou mais, sugere-se a suplementação empírica de vitamina D devido ao potencial de reduzir o risco de mortalidade. Para tal suplementação empírica, doses diárias mais baixas de vitamina D são preferidas em vez de doses mais altas não diárias. Nos ensaios clínicos incluídos na revisão sistemática que relatou o resultado de mortalidade, a dosagem de vitamina D variou de 400 a 3.333 UI por dia.

 

5.    Mulheres grávidas

 

Recomenda-se a suplementação empírica de vitamina D durante a gravidez,dado o seu potencial para reduzir o risco de pré-eclâmpsia, mortalidade intrauterina, parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional e mortalidade neonatal. A dose média estimada nos ensaios foi de aproximadamente 2.500 UI por dia.