Novo estudo aponta para potencial benefício da semaglutida oral sobre o fígado

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Embora análogos de GLP1 por via subcutânea, incluindo a semaglutida, tenham demonstrado efeito benéfico sobre a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), não sabemos ainda se a semaglutida oral poderia ter o mesmo efeito. Recente estudo publicado na revista Diabetes, Obesity and Metabolismo tenta trazer uma luz sobre esta questão.

 

Trata-se de um estudo prospectivo, multicêntrico, mas composto por apenas um grupo de 80 pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e MASLD. Os participantes iniciaram tratamento com semaglutida oral e foram acompanhados por 48 semanas.

 

Ao final do seguimento, 70 participantes completaram o estudo, sendo a maioria mulheres (40), com idade média de 56 anos. Os pacientes foram avaliados no início e a cada 12 semanas com os seguintes parâmetros: controle glicêmico, perfil lipídico, peso corporal e enzimas hepáticas. Para avaliação da fibrose hepática foi realizada elastografia na visita basal e com 48 semanas. Também foram dosados marcadores séricos de fibrose hepática e calculado o FIB4 (sendo um valor maior ou igual a 1.3 considerado fibrose clinicamente significativa).

 

Os resultados mostraram melhora do peso corporal, do perfil lipídico, do controle glicêmico e das enzimas hepáticas com 48 semanas de tratamento. Houve também melhora significativa dos parâmetros da elastografia, assim como dos marcadores séricos de fibrose e do FIB4.

 

O estudo, portanto, concluiu que a semaglutida oral, em pacientes com DM2 e MASLD, melhorou a injúria hepática, considerando mensurações não-invasivas. Obviamente o estudo tem limitações, como a amostra pequena, a ausência de um grupo placebo controlado e a falta de avaliação histológica do fígado. No entanto, ele serve para gerar hipóteses e estimular a realização de ensaios clínicos maiores para uma melhor avaliação do potencial efeito benéfico da semaglutida oral sobre a MASLD.