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Nova diretriz europeia de insuficiência cardíaca: o que mudou?
Escrito por
Jefferson Vieira
Publicado em
14/6/2016
A cada 4 anos, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) renova suas diretrizes para o diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca (IC). O Congresso Europeu de IC, ocorrido em Maio/2016, atualizou as diretrizes de 2012 da ESC. As principais novidades são a criação de uma nova subcategoria de classificação baseada na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), a inclusão do LCZ696 (sacubitril / valsartan) e melhorias relacionadas ao diagnóstico e tratamento da IC, tendo aumentado os capítulos de comorbidades, das clinicas de IC e de terapias não-medicamentosas.
Vamos fazer uma longa série de posts detalhando os principais pontos da diretriz. Para começar, ressaltamos os pontos mais importantes propostos pela diretriz:
- Sugestão de uma nova subcategoria específica para portadores de IC com FEVE entre 40 e 49% - esta categoria agora é chamada de IC com fração de ejeção limítrofe (ICFEL). Casos com FEVE abaixo de 40% são denominados de IC com fração de ejeção reduzida (ICFER). Isto porque a maioria dos trials que mostrou benefício de mortalidade com medicações randomizou pctes com FEVE<40%.
- Novo algoritmo para diagnóstico de IC - se FEVE<40%, está feito o diagnóstico de ICFER. Contudo, nos outros casos será necessário a associação de eco + BNP para dar o diagnóstico
- Inclusão do novo composto inibidor da neprilisina e receptor de angiotensina (ARNI) sacubitril / valsartan (LCZ696) - O LCZ696 é indicado como substituto dos iECAs em pacientes sintomáticos mas que já estão com o tratamento otimizado (I B).
- Ivabradina como segunda escolha de medicação antianginosa no paciente coronariopata - as diretrizes americanas colocam nitratos/bloqueadores dos canais de cálcio como segunda opção.