Compartilhe
Nova diretriz da ADA 2025: quais as novidades sobre doença hepática esteatótica?
Escrito por
Erik Trovao
Publicado em
14/1/2025
O Standards of Care in Diabetes 2025, publicado pela ADA, trouxe algumas atualizações no trecho em que trata da doença hepática esteatótica, presente no capítulo de avaliação de comorbidades. Uma destas atualizações se refere à adoção da nova terminologia: doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) e esteatohepatite associada à disfunção metabólica (MASH).
Abaixo, resumiremos as demais atualizações referentes ao tema:
1. Em relação ao screening de MASLD, os autores continuam orientando a realização do FIB4 em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou pré-diabetes (especialmente aqueles com obesidade ou com outros fatores de risco cardiometabólicos ou com doença cardiovascular estabelecida), mas passam a adotar o ponto de corte de 1.3, a partir do qual o paciente deve ser submetido à elastografia ou, se não disponível, ao teste ELF. Quando o FIB4 tem valor igual ou maior que 2.67, o paciente já deve ser encaminhado para um hepatologista, uma vez que este valor já confere um alto risco de fibrose avançada.
2. Nos adultos com DM2, MASLD e obesidade ou sobrepeso, a tirzepatida passou a ser considerada como alternativa para terapia adjuvante à modificação no estilo de vida em busca da perda de peso. No documento de 2024, apenas os análogos de GLP1 com potencial benefício na MASLD (liraglutida e semaglutida) eram considerados com este objetivo.
3. Tirzepatida também foi adicionada ao arsenal terapêutico que deve ser considerado de preferência para tratar a hiperglicemia naqueles pacientes com DM2 e biópsia hepática mostrando MASH ou com alto risco para fibrose baseado em testes não invasivos. No documento anterior, apenas pioglitazona e análogos de GLP1 eram citados.
4. Para o mesmo perfil de pacientes citado acima, passou-se a considerar a possibilidade da associação de pioglitazona com análogo de GLP1, considerando o potencial benefício desta combinação sobre a MASH.
5. O resmetirom, um agonista seletivo do receptor tireoidiano tipo beta, passou a ser considerado para tratamento de pacientes com MASLD e DM2 ou pré-diabetes que tenham fibrose moderada (F2) ou avançada (F3). O FDA já havia aprovado esta droga para o tratamento da MASLD em 2024, devido aos benefícios comprovados em estudo de fase 3.
Percebe-se, portanto, que as principais novidades foram a inclusão da tirzepatida e do resmetirom no arsenal terapêutico da MASLD naqueles indivíduos com DM2 ou pré-diabetes.