Nevo Sebáceo De Jadassohn – Você Conhece?

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O nevo sebáceo de Jadassohn (NSJ) é uma lesão hamartomatosa congênita (na maioria das vezes), rara, não hereditária, de causa desconhecida, que se caracteriza por um crescimento anormal das estruturas pilossebáceas e apócrinas.

Em cerca de 2/3 dos casos está presente ao nascimento e localiza-se preferencialmente no couro cabeludo, mas também pode acometer a face. Lesões pequenas podem passar despercebidas até que as alterações hormonais da puberdade façam o nevo crescer em tamanho e espessura. Clinicamente se apresenta como uma placa alopécica macia, lisa ou ligeiramente verrucosa, amarelo-alaranjada, de conformação ovalada ou linear, de 1 a 10 cm, que segue as linhas de Blaschko.

Fonte: Meireles A, Pereira M, Costa MJ. Nevo Sebáceo de Jadassohn em Recém-Nascido [Nevus Sebaceous of Jadassohn in the Newborn]. Acta Med Port. 2020 Apr 1;33(4):288. Portuguese. doi: 10.20344/amp.12164. Epub 2020 Apr 1. PMID: 32238245.

Fonte: Moreno Alonso de Celada R, Floristán Muruzábal U, de Lucas Laguna R. Nevo sebáceo de Jadassohn [Nevus sebaceous of Jadassohn]. An Pediatr (Barc). 2009 Apr;70(4):391. Spanish. doi: 10.1016/j.anpedi.2008.11.019. Epub 2009 Mar 5. PMID: 19268641.

O diagnóstico quase sempre é clínico. É importante fazer diagnóstico diferencial com aplasia cutânea congênita e nevo epidérmico. Na infância, a histopatologia pode não ser tão expressiva, demonstrando apenas hipertrofia sebácea. A partir da puberdade, ocorre hiperplasia da derme e glândulas sebáceas, com folículos pilosos rudimentares e glândulas apócrinas dilatadas ectópicas na derme profunda, além da epiderme se apresentar hiperplásica e hiperceratótica, com acantose e papilomatose.

Durante a vida adulta, e mais raramente antes disso, diferentes neoplasias podem advir sobre o nevo sebáceo. Os tumores benignos mais frequentes são o tricoblastoma e o siringocistoadenoma papilífero. A incidência de malignidade é incomum e ocorre em torno de 5% dos casos do NSJ (CBCs e CECs, por exemplo).

Esta entidade requer vigilância clínica e dermatoscópica, além da necessidade de tranquilizar a família pela benignidade da lesão. O surgimento de neoplasias é raro, mas pode ocorrer, logo a excisão cirúrgica é recomendada nesta situação ou por motivos estéticos. A literatura afirma que o tratamento, quando solicitado, consiste na remoção cirúrgica da lesão. Contudo o momento em que o procedimento deva ser realizado ainda é controverso. Alguns apontam que a cirurgia deva ser adiada ao máximo até depois da puberdade, para uma melhor decisão e participação do indivíduo afetado e pelo baixo risco de neoplasias quando muito jovem. Entretanto, alguns nevos sebáceos de grande porte, e/ou papilomatosos, localizados no couro cabeludo ou com envolvimento facial, podem apresentar grande repercussão estética e psicológica na criança, podendo-se optar por exérese precoce. Por outro lado, há autores que recomendam que as lesões mesmo localizadas na face sejam extirpadas na infância antes de sofrerem alterações verrucosas secundárias, a fim de minimizar o risco de cicatrizes importantes.

Aqui, como em muitos casos na medicina e na Dermatologia, o esclarecimento dos riscos e benefícios, pautados em dados científicos, a segurança do acompanhamento médico e o diálogo com a família e indivíduo afetado guiarão a melhor forma de conduzir o nevo.

Fontes:

Moreno Alonso de Celada R, Floristán Muruzábal U, de Lucas Laguna R. Nevo sebáceo de Jadassohn [Nevus sebaceous of Jadassohn]. An Pediatr (Barc). 2009 Apr;70(4):391. Spanish. doi: 10.1016/j.anpedi.2008.11.019. Epub 2009 Mar 5. PMID: 19268641.

Meireles A, Pereira M, Costa MJ. Nevo Sebáceo de Jadassohn em Recém-Nascido [Nevus Sebaceous of Jadassohn in the Newborn]. Acta Med Port. 2020 Apr 1;33(4):288. Portuguese. doi: 10.20344/amp.12164. Epub 2020 Apr 1. PMID: 32238245.