Compartilhe
Às vezes, é preciso dizer o óbvio. Afinal, não é de hoje que a medicina passa por um fenômeno preocupante: a criação constante de pseudoespecialidades médicas, numa tentativa de alguns profissionais sem formação adequada de se definirem como possuindo especialidades que não têm. É o caso da “medicina integrativa”, “medicina da longevidade” e, mais recentemente, da “hormonologia”. Mas é claro que não existe a especialidade “hormonologia”.
E isso foi reforçado por um documento publicado esta semana pela Associação Médica Brasileira (AMB). O texto enfatiza que a Endocrinologia e Metabologia é a especialidade apta e responsável por estudar e tratar os distúrbios hormonais, sem esquecer o papel da Ginecologia e da Urologia em algumas situações específicas.
O texto também reforça que a criação de especialidades inexistentes, como a “hormonologia”, tem como objetivo tentar validar práticas inadequadas e não embasadas por evidências científicas, como a prescrição de hormônios com fins estéticos.
Portanto, é importante que a população seja alertada e informada sobre este tipo de prática, devendo desconfiar de profissionais que se autodenominam como sendo “hormonologistas”. Atribuir a si próprio uma especialidade que não se tem ou que, neste caso, nem mesmo existe, é no mínimo antiético.
A AMB também conclama a imprensa a evitar propagação indevida do termo “hormonologia”, evitando-se, assim, que a sociedade seja exposta a informações falsas e sem base científica.
A medicina baseada em evidências é uma das pedras angulares da adequada assistência médica, incluindo aquela oferecida pela Endocrinologia e Metabologia, a real especialidade para quem quer se aprofundar no estudo dos hormônios, assim como nas suas disfunções. Assim não custa repetir novamente o óbvio: não existe a especialidade “hormonologia”.