Já fiz o tratamento de constipação e o paciente não melhorou! E agora?

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Caso o paciente não apresente melhora com os laxativos osmolares, uma segunda classe de droga pode ser incluída, os chamados estimulantes do peristalse. São exemplos o bisacodil (5 a 10 mg/dia), o picossulfato de sódio (2,5 a 20 mg/dia) e o senna (2,5 a 20 mg/dia). São medicamentos que estimulam o peristalse e podem dar um pouco de cólica nos pacientes no início do tratamento, e devem ser usados ​​por pouco tempo.

Quando a constipação não se resolve por pelo menos 3 meses de tratamento otimizado, com boa aderência, classificamos como constipação intratável ou refratária, e devemos iniciar uma investigação complementar para avaliar a presença de uma doença subjacente.

Inicia-se a investigação com pesquisa de hipotireoidismo com TSH e T4 livre, doença celíaca com pesquisa de anticorpo anti-transglutaminase IgA e IgA sérico, cálcio total e ionizado e alergias à proteína do leite de vaca com teste de exclusão do leite de vaca e derivados seguidos por teste de provocação oral. Caso os exames sejam todos normais, deve-se proceder então com exames para descartar doença de Hirschsprung (manometria anorretal e biópsia), malformações anatômicas do cólon e reto (enema baritado) e alteração da coluna (ressonância magnética).

Se nenhuma doença for encontrada, outras terapias podem ser instituídas para auxiliar na condução da constipação intratável como fisioterapia pélvica, biofeedback, eletroestimulação sacral ou transcutânea tibial, toxina botulínica e irrigação colônica transanal (cone enema) ou por via anterógrada (cirurgia de Malone).