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Hipertensão mascarada – qual perfil de paciente devemos investigar?
Escrito por
Fernando Figuinha
Publicado em
24/9/2011
A hipertensão mascarada é aquela que apresenta níveis pressóricos normais nas consultas ambulatoriais, mas pressão arterial elevada na monitorização ambulatorial (MAPA). Está associada com risco cardiovascular aumentado. É uma condição de difícil diagnóstico, já que poucas vezes se pede MAPA para pacientes com PA normal no consultório – são em geral considerados “normotensos”.
Como não dá para pedir MAPA para todos pacientes normotensos do consultório para investigar hipertensão mascarada, um grupo finlandês montou um estudo para avaliar características que podem sugerir a presença desse diagnóstico.Foram avaliados 1459 pacientes sem tratamento. Realizadas medidas de PA no consultório e MAPA, além de avaliação de fatores de risco.A prevalência de hipertensão mascarada foi de 8,1% nessa população.Os fatores que se correlacionaram independentemente com a presença de hipertensão mascarada foram: PA sistólica e diastólica limítrofe na avaliação no consultório; idosos; IMC elevado; tabagismo; consumo excessivo de álcool; diabetes mellitus e hipertrofia ventricular esquerda ao ECG.Assim, devemos considerar MAPA para pacientes com PA limítrofe no consultório ou com diagnóstico de DM (fatores que mais se correlacionaram com hipertensão mascarada); considerar também se presença de HVE ao ECG ou associação de fatores de risco cardiovasculares convencionais.Referência
- Hanninena MA, Niiranena TJ, Puukkaa PJ, Mattilab AK, Julaa AM. Determinants of masked hypertension in the general population: the Finn-Home study. Journal of Hypertension 2011, 29:1880–1888.