Há Evidência Robusta Para Suplementar Zinco Para Doenças Dermatológicas?

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Suplementos dietéticos são usados ​​por muitos adultos em todo o mundo pelos claros benefícios na saúde da pele, cabelos e unhas. Apesar da falta de estimativas rigorosas de segurança e eficácia, existe uma prescrição ampla por parte dos dermatologistas.

O zinco é um íon metálico essencial para papéis catalíticos, elaboradores e reguladores da célula. A suplementação de zinco pode ser realizada através do sulfato de zinco (23% de Zn) ou Gluconato de Zn (14% de Zn), sendo este último mais bem tolerado com menos sabor amargo ou metálico.

A publicação recente no JAAD revisou trabalhos que inseriram suplementação de algumas substâncias, dentre elas, o zinco para diversas condições dermatológicas.

ALOPECIA AREATA

Estudos na alopecia areata ainda são limitados. Estudo observacional com glucoato se zinco 50mg/dia oral acompanhou o crescimento capilar em dois terços dos pacientes, mas pode ter sido apenas o curso natural da doença não sendo possível tirar firmes. Até então, não há evidência sobre a eficácia da suplementação de Zn no tratamento da alopecia areata.

ACNE

Há poucos estudos randomizados e controlados com tamanho consistente de amostra e não há padronização na dosagem da suplementação do zinco o que limita a interpretação dos resultados.

HIDRADENITE SUPURATIVA

O uso de gluconato de zinco oral 90 mg/dia para Hidradenite supurativa Estágios I e II de Hurley demonstrou melhora sintomática, mas com efeitos adversos gastrintestinais em 18-22% , o que pode limitar seu uso generalizado.

PARA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

Estudo controlado com homens submetidos à excisão de cisto pilonidal obtiveram cicatrização mais rápida quando tratados com sulfato de zinco 220mg 3x por semana.

Há estudos demonstrando benefício de suplemento nutricional oral rico em proteínas e zinco para cicatrização de úlceras de pressão. Contudo, estudos controlados analisando a eficácia do zinco isoladamente são necessários para justificar sua suplementação na cicatrização de feridas.

CONCLUSÃO:

Lembramos que o uso de suplementos de forma geral gera custo ao paciente e não é isento de efeitos colaterais. Ainda não há evidência para o uso rotineiro do zinco oral em alopecia, acne, hidradenite supurativa ou cicatrização de feridas. Mais estudos são necessários a respeito da segurança e eficácia, padronização da dosagem e aferição de resultados.

Fonte : Thompson, KG, & Kim, N. (2020). Suplementos dietéticos em dermatologia: uma revisão das evidências para zinco, biotina, vitamina D, nicotinamida e polipódio. Jornal da Academia Americana de Dermatologia. doi:10.1016/j.jaad.2020.04.123