Guideline americano de diabetes 2025: recomendações sobre rastreio e diagnóstico do DM

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Neste mês de dezembro, a American Diabetes Association atualizou o Standards of Care in Diabetes. Veja a seguir algumas recomendações já para 2025 sobre rastreio e diagnóstico do diabetes mellitus:

1. Diagnóstico: Não houve mudanças em relação aos critérios diagnósticos do Diabetes Mellitus. A ADA recomenda diagnosticar diabetes com base nos critérios de HbA1c ou glicemia plasmática. Os critérios de glicemia plasmática incluem glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL , glicemia plasmática de 2 h durante um teste de tolerância à glicose oral (TOTG) de 75 g ≥ 200 mg/dL ou glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL acompanhada por sintomas/crises hiperglicêmicas clássicas. Na ausência de hiperglicemia inequívoca, o diagnóstico requer dois resultados anormais de testes diferentes que podem ser obtidos ao mesmo tempo (por exemplo, A1C e glicemia de jejum), ou o mesmo teste em dois momentos diferentes.

***Percebe-se, portanto, que a ADA não adotou o novo critério da glicemia de 1 hora no TOTG proposto pela Federação Internacional de Diabetes e já adotado pela Sociedade Brasileira de Diabetes.

2. Rastreio DM1: A ADA passou a recomendar oficialmente que a triagem baseada em autoanticorpos para diabetes tipo 1 pré-sintomático seja oferecida àqueles pacientes com histórico familiar de diabetes tipo 1 ou risco genético elevado conhecido. A triagem pode ser feita pela detecção de autoanticorpos anti- insulina, anti-GAD, anti-IA-2 ou anti-ZnT8.

3. Rastreio DM2: O teste para pré-diabetes ou diabetes tipo 2 em pessoas assintomáticas deve ser considerado em adultos de qualquer idade com sobrepeso ou obesidade que tenham um ou mais fatores de risco para DM. Também deve ser solicitado para todas as outras pessoas, a partir dos 35 anos.

4. Medicamentos de risco: A triagem de pessoas para pré-diabetes ou diabetes deve ser realizada se se elas estiverem tomando certos medicamentos, como glicocorticoides, estatinas, diuréticos tiazídicos, alguns medicamentos para HIV e medicamentos antipsicóticos de segunda geração, pois esses agentes são conhecidos por aumentar o risco de DM.

5. Condições de risco: Nos casos de pessoas com HIV, o rastreamento deve ser feito antes de iniciar a terapia antirretroviral, no momento da troca da terapia antirretroviral e 3–6 meses após o início ou troca da terapia antirretroviral. Se os resultados iniciais da triagem forem normais, a glicemia de jejum deve ser verificada anualmente. A ADA também recomenda que seja realizado o rastreio para diabetes dentro de 3–6 meses após um episódio de pancreatite aguda e anualmente depois disso. O rastreio de diabetes é recomendado anualmente para pessoas com pancreatite crônica.

Referência:

Diabetes Care December 2024, Vol.48, S27-S49. doi:https://doi.org/10.2337/dc25-S002