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Estudo PARAMOUNT – uma esperança para IC com FE preservada?
Escrito por
Fernando Figuinha
Publicado em
11/9/2012
Foi apresentado recentemente no congresso da ESC (European Society of Cardiology) um estudo randomizado comparando uma nova droga - LCZ696 (Novartis) - com o bloqueador de receptor de angiotensina Valsartan (estudo de fase 2).
Foram 149 pacientes recebendo LCZ696 (até 200mg 2xd) vs 152 pacientes com valsartan (até 160mg 2xd). Pacientes apresentavam CF NHYA 2-3 e FE VE > 45%, com N-terminal-pro-BNP > 400 pg/mL.
Em 12 semanas, os pacientes que utilizaram essa nova droga apresentaram uma melhora significativa dos biomarcadores para insuficiência cardíaca em relação aqueles que usaram valsartan, além de queda mais expressiva da pressão arterial sistólica, melhora nos diâmetros e volume de átrio esquerdo e melhora da classe funcional (NYHA).
A tolerância aos 2 tratamentos foi semelhante.
Essa nova droga age como inibidor do recptor de angiotensina e da neprilisina. Após absorvida, a droga se divide em 2 compostos ativos – o valsartan e um inibidor da neprilisina, uma enzima metaloprotease que quebra peptídeos natriuréticos endógenos e que tem efeitos anti-angiotensina.
Age, portanto, suprimindo o sistema renina-angiotensiva (SRA) e elevando os níveis séricos de peptídeos natriuréticos (BNP e outros peptídeos natriuréticos endógenos).
Esse estudo abre portas para investigação do impacto em mortalidade de mais uma droga para IC com fração de ejeção preservada – território já explorado por outros BRA e IECA sem sucesso, como visto nos estudos CHARM-Preserved, PEP-CHF e I-PRESERVE.
Referência
1. Solomon SD, Zile M, Pieske B, et al. The angiotensin receptor neprilysin inhibitor LCZ696 in heart failure with preserved ejection fraction: a phase 2 double-blind randomised controlled trial. Lancet 2012.