Eficácia e segurança a longo prazo de dutasterida versus finasterida em pacientes com alopecia androgênica masculina 

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A alopecia androgenética (AGA) é uma condição de perda progressiva de cabelo dependente de andrógeno com predisposição genética, afetando até 70% dos homens durante a vida. A AGA causa insatisfação com a autoimagem e prejudica a qualidade de vida geral.

O andrógeno diidrotestosterona (DHT) está implicado na fisiopatologia da AGA  . A testosterona é convertida em DHT pela 5-α-redutase, estimulando o desenvolvimento de inibidores da 5-α-redutase como tratamentos para AGA. As diretrizes internacionais recomendam minoxidil tópico (5%) e finasterida oral (um inibidor da 5-α-redutase tipo II) para o tratamento da AGA masculina . No entanto, a dutasterida (um inibidor da 5-α-redutase tipo I e II) demonstrou melhora significativamente maior no crescimento capilar em comparação com a finasterida e é bem tolerada entre pacientes do sexo masculino com AGA . A dutasterida inibe a 5-α-redutase tipo II três vezes mais potentemente do que a finasterida  e suprime os níveis séricos de DHT em 98% em comparação com 71% para a finasterida.

Um estudo multicêntrico, retrospectivo, de revisão de prontuários médicos conduzido na Coreia do Sul e publicado em 2022 selecionou 600 pacientes adultos do sexo masculino que  estavam em uso de   dutasterida ou finasterida por longo prazo ( media 3-4 anos) na respectivas doses diárias 0,5 mg/dia e 1 mg/dia para avaliar resposta clínica do tratamento e frequência de eventos adversos possíveis com tais medicações.  

Dos 600 pacientes adultos do sexo masculino em tratamento para AGA com os inibidores de 5-α-redutase, n=295 estavam em uso de dutasterida;  enquanto  n=305 se tratavam com a finasterida. Os pacientes tratados com dutasterida eram mais velhos ( p < 0,001) e mais propensos a ter classificação BASP moderada/grave no início do estudo ( p = 0,010) em comparação com os pacientes tratados com finasterida. Entre os pacientes tratados exclusivamente com dosagem recomendada nos consensos médicos (| dutasterida 0,5 mg e finasterida 1mg/ dia), um total de  n = 535 permaneceram fazendo parte do estudo, sendo 250 em uso de  dutasterida ( n = 250); e 285 fazendo uso da finasterida (n = 285).  

Os pacientes tratados com dutasterida apresentaram melhora clínica significativamente maior no crescimento capilar do que os pacientes tratados com finasterida, conforme medido pela classificação básica M do BASP (razão da taxa de incidência ajustada [intervalo de confiança de 95%]: 2,06 [1,08, 3,95]; p = 0,029). Entre este mesmo subconjunto, a ocorrência geral de eventos adversos (EAs) durante o período de observação não foi estatisticamente equivalente entre os grupos (dutasterida 7,6%, finasterida 10,5%; p = 0,201), embora os relatos de eventos adversos de interesse especial ( que seriam os efeitos adversos sexuais como redução de libido, disfunção erétil, impotência sexual ou qualquer efeito de ordem sexual)  tenham sido equivalentes ( p < 0,001).

Conclui-se, portanto, que a  Dutasterida demonstrou maior eficácia do que finasterida em melhorar a classificação BASP no tratamento de AGA masculino e teve uma ocorrência similar ou possivelmente menor de eventos adversos gerais. Logo, a Dutasterida pode ser uma opção de tratamento eficaz e segura para pacientes masculinos com AGA.