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O que você precisa saber sobre o cateter de artéria pulmonar Swan-Ganz?
Escrito por
Equipe Cardiopapers
Publicado em
14/7/2023
Imagine que você está em um plantão de UTI. A próxima admissão é um pós operatório de revascularização miocárdica que já vem com cateter de artéria pulmonar desde o intra operatório.
E agora? O que você precisa saber sobre o cateter de artéria pulmonar?
1- O Swan-Ganz ainda é o método padrão ouro para aferição de débito cardíaco de forma contínua, através da termodiluição pulmonar.
2- Para análise dos dados, o cateter deve estar posicionado na zona III de West pulmonar (Pcap > Palv), e na artéria pulmonar com curva de encunhamento após insuflação do balonete com 1,5 ml.
3- Vale a pena cateterizar pacientes em choque cardiogênico, choques circulatórios com elevada demanda metabólica, hipertensão pulmonar grave e pós operatórios (principalmente transplante e cirurgia cardíaca) desde que não tenham morbidades que atrapalhem a interpretação hemodinâmica (p. ex. insuficiência tricúspide).
4- Podemos avaliar as variáveis diretas (pressão venosa central, pressão de oclusão da artéria pulmonar, pressões da artéria pulmonar e o débito cardíaco) e através delas teremos as medidas hemodinâmicas indiretas (resistência vascular sistêmica, consumo e oferta de oxigênio).
5- As pressões de enchimento podem nos ajudar a inferir a volemia do paciente, que é a pergunta de milhões dentro da terapia intensiva. Se POAP e PVC baixas, podemos pensar em hipovolemia a depender do caso. Lembrando que não é uma regra!
6- Você também pode avaliar fluidorresponsividade com o aumento do DC em cerca de 10-15% após prova volêmica. Lembre-se, o paciente pode ser fluidorresponsivel mas nem sempre fluído é a resposta!
7- O cateter de artéria pulmonar pode nos dar o diagnóstico de CIV depois de um infarto agudo do miocárdio com complicações mecânicas. Para isso, devemos olhar a diferença de O2 entre o átrio direito (via azul do Swan Ganz) e da artéria pulmonar (via amarela). Essa diferença sendo maior que 5-7% sugere comunicação interventricular, o sangue passa mais oxigenado para artéria pulmonar devido ao shunt esquerda-direita.
Resumindo...
O Swan Ganz surgiu na década de 70 e tem seu espaço até hoje na terapia intensiva, principalmente por ser o método padrão ouro na monitorização do débito cardíaco de forma contínua. Métodos minimamente invasivos e não invasivos, como o POCUS beira leito, são ferramentas extremamente úteis, mas que também têm suas limitações.
Falaremos mais disso em breve!
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