Devo me preocupar com embolia pulmonar em paciente com síncope?

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Há 3 anos foi publicado artigo no New England Journal of Medicine que deu muito o que falar. Nele encontrou-se prevalência de 17% de trmboembolia pulmonar (TEP) entre pacientes hospitalizados com síncope. Você pode ver nosso resumo deste artigo aqui. A questão é que o artigo teve uma série de vieses que comentamos na época e que também foram abordados nesse texto.

Estudo publicado recentemente avaliou a presença de tromboembolismo pulmonar (TEP) em pacientes com síncope no setor de emergência de maneira prospectiva. Todos os pacientes foram avaliados sistematicamente por probabilidade pré-teste através de escore de Wells e resultados de D-dímero. Quando necessário foram submetidos à exames de imagem com angiotomografia de artérias pulmonares e cintilografia V/Q pulmonar.

Foram incluídos 1397 pacientes. TEP foi documentado em 19 pacientes (1,4%) da amostra global e 2,3% dos pacientes hospitalizados. No seguimento de 2 anos a incidência de TEP ou morte cardiovascular foi de apenas 0,9%.

Dessa forma, os autores concluíram que a incidência de TEP em pacientes com síncope é incomum, no entanto a avaliação sistemática deve ser realizada de rotina. TEP é uma doença de difícil diagnóstico e a avaliação sistemática através de escores pode permitir com que tal achado passe desapercebido em doentes potencialmente fatais.

Opinião do editor (Eduardo Lapa) - o atual estudo reflete melhor a população que vemos com síncope nos pronto-socorros da vida. Como visto, a prevalência de TEP foi baixa. É necessário manter-se sempre um grau de alerta para esse diagnóstico já que mesmo sendo poucos casos o TEP pode trazer risco à vida. Mas, não se justifica sair fazendo angiotc com protocolo para TEP em todo paciente que chega no PS com quadro de perda de consciência.

Referência: JACC 2019;74:744-54.