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Curso Básico de Tomografia Cardíaca – Usain Bolt e a Tomografia Cardíaca
Escrito por
Alexandre Volney
Publicado em
7/11/2016
Aproveitando que vivenciamos recentemente as olimpíadas, nada melhor que homenagear um dos maiores corredores de todos os tempos, fazendo um paralelo com a física da tomografia cardíaca. Tirar uma boa foto de Usain Bolt atingindo cerca de 36km/h e deixando os competidores comendo poeira é possível desde que você tenha uma boa câmera nas mão, certo?Por isso, a utilização da tomografia para examinar o coração sempre foi um desafio, devido a necessidade de realizar imagens de um órgão que se movimenta incansavelmente cerca de 80 vezes por minuto, durante toda a vida.Outro detalhe: é relativamente fácil identificar um ser humano de 1,90m como o Usain. Mas como fazer para reconhecer estruturas de cerca de 3 a 5mm, como as coronárias?Introduzimos então dois conceitos altamente relevantes quando se fala em tomografia cardíaca:Resolução espacial – Refere-se à menor distância possível na imagem na qual a metodologia é capaz de discernir dois pixels diferente. Uma forma de se quantificar isso pode ser feita através da metodologia de pares de linha por cm (lp/cm), ou seja, o número de linhas que podem ser distinguidas na imagem adquirida. Dessa forma, quanto maior o numero de linhas, maior a resolução espacial. Para se atingir isso, depende-se da espessura e qualidade do detector dos feixes de raio-X. Comparativamente, os equipamentos modernos de tomografia são capazes de distinguir 14lp/cm, enquanto o cateterismo cardíaco pode chegar a 40lp/cm.Resolução temporal – Trata-se do tempo necessário para adquirir os dados para reconstrução de uma imagem. Para isso, varias metodologias podem ser utilizadas para aumentar a resolução temporal em tomografia, como o aumento da velocidade de rotação do gantry (conjunto tubo/detectores), adquirir imagens simultâneas de dois tubos diferentes de raio-X (equipamentos dual source), utilizando-se de dados adquiridos em um número maior de intervalos RR (reconstrução segmentada). Vem daí a necessidade de controle da frequência cardíaca para melhorar a qualidade da aquisição dos estudos de tomografia cardíaca.Dessa forma, em analogia simples, poderíamos dizer que a tomografia cardíaca corresponderia a uma supercâmera fotográfica com um obturador extremamente rápido (resolução temporal) e com muitos “megapixels” (resolução espacial).Até nosso próximo post!
Aproveitando que vivenciamos recentemente as olimpíadas, nada melhor que homenagear um dos maiores corredores de todos os tempos, fazendo um paralelo com a física da tomografia cardíaca. Tirar uma boa foto de Usain Bolt atingindo cerca de 36km/h e deixando os competidores comendo poeira é possível desde que você tenha uma boa câmera nas mão, certo?
Por isso, a utilização da tomografia para examinar o coração sempre foi um desafio, devido a necessidade de realizar imagens de um órgão que se movimenta incansavelmente cerca de 80 vezes por minuto, durante toda a vida.
Outro detalhe: é relativamente fácil identificar um ser humano de 1,90m como o Usain. Mas como fazer para reconhecer estruturas de cerca de 3 a 5mm, como as coronárias?
Introduzimos então dois conceitos altamente relevantes quando se fala em tomografia cardíaca:
- Resolução espacial – Refere-se à menor distância possível na imagem na qual a metodologia é capaz de discernir dois pixels diferente. Uma forma de se quantificar isso pode ser feita através da metodologia de pares de linha por cm (lp/cm), ou seja, o número de linhas que podem ser distinguidas na imagem adquirida. Dessa forma, quanto maior o numero de linhas, maior a resolução espacial. Para se atingir isso, depende-se da espessura e qualidade do detector dos feixes de raio-X. Comparativamente, os equipamentos modernos de tomografia são capazes de distinguir 14lp/cm, enquanto o cateterismo cardíaco pode chegar a 40lp/cm.
- Resolução temporal – Trata-se do tempo necessário para adquirir os dados para reconstrução de uma imagem. Para isso, varias metodologias podem ser utilizadas para aumentar a resolução temporal em tomografia, como o aumento da velocidade de rotação do gantry (conjunto tubo/detectores), adquirir imagens simultâneas de dois tubos diferentes de raio-X (equipamentos dual source), utilizando-se de dados adquiridos em um número maior de intervalos RR (reconstrução segmentada). Vem daí a necessidade de controle da frequência cardíaca para melhorar a qualidade da aquisição dos estudos de tomografia cardíaca.
Dessa forma, em analogia simples, poderíamos dizer que a tomografia cardíaca corresponderia a uma supercâmera fotográfica com um obturador extremamente rápido (resolução temporal) e com muitos “megapixels” (resolução espacial).
Até nosso próximo post!
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