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Curso básico de eletrocardiograma – parte 11 – Sobrecargas ventriculares
Escrito por
Fernando Figuinha
Publicado em
30/4/2014
Em relação às sobrecargas ventriculares (8º passo), devemos saber alguns índices para aplicar na prática.
Existem inúmeros índices utilizados para avaliar a sobrecarga de ventrículo esquerdo. Segue alguns critérios (SVE), com suas respectivas sensibilidades e especificidades:
– Sokolow-Lyon (S de V1 + maior R de V5 ou V6 ≥ 35mm – S 57% E 86%)
– Cornell (R avL + S V3 ≥ 28mm se masc. ou ≥ 20mm se femin. – S 42% E 96%)
– R de avL ≥ 11mm (S 13% E 99%)
– Romhilt-Estes ≥ 5 pontos (escore que pontua vários achados: 3pts se S de V1 ou V2 OU R de V5 ou V6 ≥ 30mm; 3pts se strain; 3pts se SAE; 2pts de desvio para esquerda além -30º; 1pt se QRS ≥ 90ms e 1pt se deflexão intrínseca em V5 ou V6 ≥ 50ms – início do QRS ao pico de R – S 52% E 97%).
Segue um exemplo de um paciente com sobrecarga ventricular esquerda secundária à insuficiência mitral importante:
Abaixo, exemplo de SVE por cardiomiopatia hipertrófica:
Quando à Sobrecarga de ventrículo direito (SVD), os critérios são:
– Desvio do eixo para direita (> +90º em adultos e > +110º em crianças)
– Desvio do eixo para frente (QRS positivo em V1)
– Ondas S em V5 / V6 ≥ 7mm
– Alterações de repolarização – strain de VD
A seguir um exemplo de uma paciente adulta com sobrecarga de ventrículo direito secundária à comunicação inter-atrial não corrigida.
Lembrar também que as sobrecargas de VD e VE podem coexistir no mesmo pcte. Um bom exemplo disto pode ser visto no ecg abaixo de um pcte com cardiomiopatia restritiva e sobrecarga biatrial e biventricular: