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Cuidado, Workaholic! Você tem mais chance de ser hipertenso.
Escrito por
Thiago Midlej
Publicado em
4/2/2020
Aproximadamente 1 em cada 5 trabalhadores no mundo estavam trabalhando mais que 48 horas por semana no início dos anos 2000. Isso representa mais que 614 milhões de trabalhadores. Entre os anos de 2010 e 2015, um estudo mostrou que quase 20% dos americanos trabalhavam mais que 48 horas, por semana.
Trabalho publicado no Hypertension avaliou 3457 indivíduos no Canadá. As horas trabalhadas foram divididas nas seguintes categorias: 21 a 34 h/semana, 35 a 40 h/semana, 41 a 48 h/semana e mais de 49 h/semana.
A prevalência de HAS mascarada foi 13,5% e de HAS sustentada de 18,7%. A média de idade foi mais elevada naqueles que trabalhavam mais que 49h/semana, assim como tinham maior escolaridade, tinham grandes cargos na empresa (como executivo por exemplo) e consumiam mais álcool. Mesmo pós ajustes estatísticos para idade, sexo e nível educacional aqueles que trabalhavam mais que 41 h/semana tinham maior prevalência de HAS mascarada e maior prevalência de HAS sustentada.
Os autores concluem que trabalhar mais que 40h/semana está associado com a prevalência de HAS mascarada e HAS sustentada. Supõe-se que a privação de sono dos que trabalham excessivamente possa ser a explicação para esses achados, assim como a exposição a fatores de estresse pelo ambiente do trabalho. Outra observação importante que poderia explicar os achados é o estilo de vida e elevado consumo de álcool mais prevalente na população que trabalha demais.
O que chama atenção nesse trabalho é a elevada prevalência de HAS mascarada, que pode persistir por muito tempo sem ser diagnosticada e adequadamente tratada elevando assim o risco cardiovascular.
Certamente, mais trabalhos são necessários para esclarecermos essa associação entre trabalho excessivo e hipertensão.
Referência: Hypertension. 2020; 75:00-00. Long Working Hours and the Prevalence of Masked and Sustained Hypertension. Xavier Trudel, PhD; Chantal Brisson, PhD; Mahée Gilbert-Ouimet, PhD; Michel Vézina, MD; Denis Talbot, PhD; Alain Milot, MD, MSc, FRCP