Como fazemos o diagnóstico de constipação intestinal na Pediatria?

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A constipação é uma das queixas mais frequentes dentro da Pediatria, com uma prevalência estimada de 3% nos lactentes e 10% no segundo ano de vida, com aumento da prevalência nos pré-escolares. Ela é definida pela eliminação de fezes endurecidas acompanhada por dor, esforço ou dificuldade para evacuar, muitas vezes com aumento do intervalo entre as evacuações e perda involuntária de fezes nas roupas. É muito comum na criança o comportamento retentivo, quando ela voluntariamente contrai o esfíncter externo do ânus e a musculatura glútea para evitar a evacuação.

O diagnóstico de constipação é feito na maioria dos serviços a partir dos critérios de Roma IV:

em crianças menores de 4 anos, 2 ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes por pelo menos 1 mês:

  • duas ou menos evacuações por semana
  • histórico de retenção excessiva de fezes
  • histórico de evacuações com dor e dificuldade
  • histórico de fezes de grande calibre
  • presença de grande massa fecal no reto.

Nos pacientes menores de 4 anos com controle esfincteriano deve-se considerar também como critérios:

  • pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana após aquisição do controle esfincteriano
  • histórico de eliminação de fezes de grande calibre, que podem entupir o vaso sanitário.

Para crianças com mais de 4 anos e adolescentes, 2 ou mais dos seguintes critérios devem estar presentes por um período de pelo menos 1 mês:

  • duas ou menos evacuações no vaso sanitário por semana, quando o desenvolvimento for compatível com a idade de 4 anos
  • pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana
  • histórico de evacuações dolorosas ou difíceis
  • presença de grande massa fecal no reto
  • histórico de eliminação de fezes de grande calibre, que podem entupir o vaso sanitário.