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Como avaliar o Pulso paradoxal?
Escrito por
André Lima
Publicado em
7/12/2011
Como comentado no artigo anterior, o pulso paradoxal pode ser um importante componente na avaliação do tamponamento cardíaco. Para isto é importante conhecer a técnica correta de aferição.
Inicialmente foi chamado de pulso pardoxal pois não se conhecia a sua fisiologia. Contudo, esta denominação na verdade não está correta já que este fenômeno é uma exarcebação de algoque já acontece normalmente. Na fisiologia normal, o volume de sangue aumenta nas câmaras cardíacas direitas e no leito pulmonar durante a inspiração decorrente do aumento do retorno venoso. Isto causa uma redução relativa da volemia nas câmaras esquerdaso que gera uma pequena redução da PA ( ex PAS> 125 –> 120 mmHg) nesta fase do ciclo respiratório.
Já nos casos patológicos este fenômento é ampliado, fazendo com que esta alteração seja mais pronunciada. A definição de pulso paradoxal é a redução de > 10 mmHg na PAS durante a inspiração.
A Técnica
1 – A melhor maneira de quantificar o pulso paradoxal é utilizando o esfigmomanômetro. Deve-se insuflar o manguito acima da PA sistólica (ausência de pulsos) e desinsuflar lentamente.
2 -Quando escutar os primeiros batimentos, perceber que serão fásicos e variando com a respiração ( durante a inspiração desaparecem e são auscultados novamente durante a expiração) – Anotar esta PA. ( exemplo PAS 110 mmHg)
3 – Continuar desinsuflando lentamente ( continuará percebendo batimentos fásicos) até que os batimentos que anteriormente variavam com a respiração, permaneceram audíveis durante toda o ciclo cardíaco. Anotar esta PA ( por exemplo PAS: 80 mmHg)
- A quantificação da Pulso paradoxal será a diferença entre o primeiro nível de PA e o segundo , ou seja, PA variável com a respiração e PA com batimentos contínuos. ( EX: 110 – 80 mmHg = 30 mmHg)
Obs:ATENÇÃO – CAUSA DE TAMPONAMENTO QUE NÃO GERA PULSO PARADOXAL – Dissecção de aorta com insuficiência aórtica associada