Classificação de insuficiência mitral: o que mudou na nova diretriz de valvopatia?

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Classificação de insuficiência mitral: o que mudou na nova diretriz de valvopatia?

Já vimos em posts anteriores que há várias formas de se graduar a insuficiência mitral (IM) pelo eco (PISA, vena contracta, presença de fluxo sistólico reverso em veias pulmonares, entre outros). O guideline europeu de eco define o método de PISA como o melhor para definir a intensidade da IM pelo eco. Nas diretrizes prévias, fazia-se uma distinção para a graduação da insuficiência mitral primária (quando a valva está doente como por exemplo na valvopatia reumática) da IM secundária (quando a valva é normal ou pouco acometida e o refluxo decorre de outros fatores como a dilatação do VE, por exemplo). Definia-se assim:

  • IM primária: importante se área do orifíco regurgitante efetivo (ERO em inglês) ≥ 0,4 cm2 ou volume regurgitante efetivo ≥ 60 mL
  • IM secundária: importante se área do orifíco regurgitante efetivo (ERO em inglês) ≥ 0,2 cm2 ou volume regurgitante efetivo ≥ 30 mL

A nova diretriz de valva de 2017 facilita a classificação e passa a usar o mesmo critério para ambos os tipos de IM. Resumindo:

  • Nova diretriz de valva 2017 ⇒ IM importante se: área do orifíco regurgitante efetivo (ERO em inglês) ≥ 0,4 cm2 ou volume regurgitante efetivo ≥ 60 mL. Isto serve tanto para IM primária quanto secundária.

Referência: Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, Carabello BA, Erwin III JP, Fleisher LA, Jneid H, Mack MJ, McLeod CJ, O’Gara PT, Rigolin VH, Sundt III TM, Thompson A, 2017 AHA/ACC Focused Update of the 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease, Journal of the American College of Cardiology (2017), doi: 10.1016/j.jacc.2017.03.011.