Classificação das queimaduras: resumo prático

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As lesões cutâneas provenientes de queimaduras são classificadas de acordo com sua profundidade e extensão, apresentando características distintas em cada grau. Neste texto de hoje, vamos revisar as principais características de cada grau.

Queimadura de primeiro grau: superficial

A queimadura de primeiro grau é restrita à epiderme, desencadeando sintomas como calor, hiperemia, dor e edema. Não forma bolhas e evolui espontaneamente para resolução em poucos dias, sem deixar cicatrizes.

Queimadura de segundo grau: superficial e profunda

As queimaduras de segundo grau se apresentam em duas variantes: superficial e profunda. As superficiais atingem toda a epiderme e parte da derme, sendo altamente dolorosas. Formam flictenas ou bolhas que, ao romperem, revelam uma superfície rósea e úmida. Há resolução completa em aproximadamente duas semanas, e podem resultar em cicatrizes discretas. Já as queimaduras profundas envolvem quase toda a derme, são menos dolorosas, apresentando coloração mais pálida. A cicatrização, que ocorre em cerca de três semanas, pode deixar marcas significativas devido à tendência à cicatrização hipertrófica e formação de contraturas.

Queimadura de terceiro grau: profunda e acometendo tecidos subcutâneos

A queimadura de terceiro grau compromete totalmente a derme, podendo alcançar tecidos subcutâneos. É caracterizada por uma aparência esbranquiçada, marmórea ou marrom, sendo notavelmente indolor, devido à destruição de terminações nervosas. Exige intervenção, como enxertos, em razão da pele seca, inelástica e deformante.

Queimadura de quarto grau: envolvendo todas as camadas e planos profundos

Reservada para casos extremos, a queimadura de quarto grau atinge todas as camadas da pele, penetrando em tecidos mais profundos, como gordura subcutânea, músculos, ligamentos, fáscia, tendões e até osso. É caracterizada pela insensibilidade e está associada principalmente à queimadura elétrica de alta voltagem. Exige uma abordagem médica cuidadosa e é frequentemente necessária uma intervenção cirúrgica para reparação.

REFERÊNCIA

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. 5. ed. Barueri: Manole, 2022.