Características do Linfoma Linfoblástico

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O Linfoma Linfoblástico é um subtipo de linfoma não Hodgkin que se destaca pela sua frequência na população pediátrica, representando cerca de 30% dos casos. Este linfoma se origina de células T ou B precursoras e possui uma alta propensão a invadir o mediastino, sendo uma das suas principais características clínicas. A seguir, detalharemos as características, quadro clínico e prognóstico do Linfoma Linfoblástico.

Origem e Incidência

O Linfoma Linfoblástico tem sua origem nas células precursoras T ou B, com uma predominância dos casos envolvendo células T. Este subtipo é mais comum em meninos do que em meninas, com uma proporção de 2,5:1, e é raro em crianças com menos de cinco anos. Esse linfoma é um dos mais frequentes em crianças e adolescentes, e sua apresentação costuma ser rápida e agressiva.

Apresentação Clínica

Uma das manifestações mais típicas do Linfoma Linfoblástico é a presença de uma massa mediastinal, que ocorre em mais de 95% dos casos. Essa massa pode estar associada a derrame pleural, o que pode causar sintomas respiratórios como tosse, dificuldade para respirar e dor torácica. O envolvimento do mediastino é significativo, pois essas massas têm uma tendência a crescer rapidamente e podem causar compressão de estruturas vitais, como vias aéreas e grandes vasos.

Disseminação e Envolvimento de Outros Órgãos

Este linfoma possui uma alta taxa de disseminação para a medula óssea, gônadas e sistema nervoso central (SNC). A infiltração da medula óssea pode ocorrer em até 48% dos casos, o que pode resultar em sintomas de insuficiência medular, como anemia, infecções recorrentes e sangramentos. A disseminação para o SNC é particularmente preocupante, pois pode levar a sintomas neurológicos, como cefaleia, vômitos, convulsões e alterações no estado mental, demandando um manejo intensivo e monitoramento constante.

Prognóstico e Tratamento

O prognóstico do Linfoma Linfoblástico pode ser favorável, especialmente quando o diagnóstico é feito precocemente e o tratamento é iniciado rapidamente. O tratamento padrão envolve quimioterapia intensiva, que é geralmente eficaz em alcançar a remissão da doença. No entanto, devido à alta taxa de disseminação para o SNC e outros órgãos, o manejo requer uma abordagem agressiva e multidisciplinar, incluindo vigilância para possíveis recaídas e complicações do tratamento.

Embora a resposta à quimioterapia seja boa, o tratamento é prolongado e pode incluir fases de quimioterapia intratecal para prevenir ou tratar o envolvimento do SNC. Devido à agressividade do linfoma e à complexidade do tratamento, o suporte psicológico e multidisciplinar para o paciente e sua família é uma parte essencial do cuidado.

Referência: Sociedade Brasileira de Pediatria. (2024). Linfomas. Documento Científico do Departamento de Oncologia, n. 166, 02 de setembro de 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24298b-DC_Linfomas.pdf . Acesso em 14 de setembro de 2024.