Analgesia Neonatal

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A analgesia neonatal é crucial, pois recém-nascidos, inclusive prematuros, possuem vias nervosas e receptores de dor completamente desenvolvidos, tornando-os capazes de sentir dor. A fisiopatologia da dor neonatal envolve a ativação de nociceptores periféricos que transmitem estímulos dolorosos ao sistema nervoso central, sendo que a falta de tratamento adequado pode gerar respostas de estresse prolongadas e impactos no desenvolvimento neurológico a longo prazo.

Para a avaliação da dor em neonatos, são utilizadas escalas clínicas, como a Neonatal Infant Pain Scale (NIPS), que avalia expressões faciais, choro, respiração, estado de alerta e movimentos dos membros, e a PIPP-R (Premature Infant Pain Profile-Revised), que inclui sinais vitais e comportamentais, ajustados para prematuros.

O tratamento da dor pode ser não farmacológico e farmacológico. Métodos não farmacológicos incluem contenção física (swaddling), sucção não nutritiva, amamentação, contato pele a pele (posição canguru) e a administração de soluções de sacarose ou glicose oral, que comprovadamente reduzem a dor durante procedimentos leves.

Quando necessário, o tratamento farmacológico é utilizado para dores moderadas a graves. Entre os medicamentos usados estão o paracetamol e opioides, como a morfina e o fentanil, ajustados para o peso e condição clínica do neonato. Para procedimentos menores, anestésicos locais como lidocaína também podem ser administrados.

O manejo adequado da dor neonatal melhora o conforto e pode prevenir complicações associadas ao estresse e à dor prolongada.