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A abstinência neonatal, também chamada de síndrome de abstinência neonatal (SAN), ocorre quando o recém-nascido, exposto a substâncias no útero ou após o nascimento, desenvolve dependência e posteriormente manifesta sintomas de abstinência.
A fisiopatologia envolve a retirada súbita dessas substâncias ou à tolerância/suspensão de medicamentos, levando a uma hiperativação do sistema nervoso central e autonômico, além de alterações gastrointestinais.
Os principais medicamentos e substâncias que causam tolerância e abstinência incluem opioides (como metadona, morfina e heroína), antidepressivos, benzodiazepínicos, barbitúricos, e alguns anticonvulsivantes. Neonatos expostos a essas substâncias podem apresentar tremores, irritabilidade, choro agudo, dificuldades alimentares, diarreia, vômitos, sudorese e febre.
O protocolo de Tobias é amplamente utilizado para o manejo da abstinência neonatal. Em geral é o passo necessário para trocar o fentnail EV contínuo por metadona e o midazoalm EV contínuo por lorazepam. Também inclui a avaliação clínica da gravidade dos sintomas, geralmente feita com a Escala de Finnegan, que classifica a intensidade dos sinais de abstinência. Dependendo da pontuação, são determinadas as intervenções terapêuticas, habitualmente com resgate de morfina e ajuste da metadona/lorazepam.
O manejo da abstinência neonatal envolve intervenções não farmacológicas e farmacológicas. As medidas não farmacológicas incluem ambiente calmo, redução de estímulos sensoriais, alimentação frequente e o uso do método canguru. Para casos moderados a graves, o tratamento farmacológico é necessário, com opioides como a morfina ou metadona sendo utilizados para aliviar os sintomas. O desmame desses medicamentos é feito de forma gradual, ajustando-se a dose com base nos sintomas.
Com o manejo adequado, o prognóstico é geralmente bom, e a maioria dos recém-nascidos apresenta melhora dentro de semanas após o tratamento.