Tumor de Wilms: a neoplasia abdominal mais comum na infância

Compartilhe

As duas neoplasias abdominais mais comuns em pediatria são, em primeiro lugar, o tumor de Wilms, também conhecido como nefroblastoma e, em segundo lugar o neuroblastoma. O tumor de Wilms acomete principalmente menores de 5 anos de idade, com pico de incidência entre 3 a 4 anos. Não costuma apresentar sintomas e em grande parte dos casos a suspeita ocorre a partir do achado de massa abdominal palpável em avaliação na consulta ou deste achado pelos pais ou cuidadores durante o banho ou brincadeiras. Quando cursa com sintomas a criança pode apresentar hipertensão arterial em 25% dos casos, hematúria em 15% dos casos, dor abdominal em 8% dos casos e com menos frequência obstipação, perda de peso e infecção do trato urinário.

O tumor de Wilms pode estar associado a anomalias e síndromes genéticas tais como:

  • Síndrome WAGR (Tumor de Wilms, Aniridia, anormalidades Genitourinárias e Retardo mental);
  • Anormalidades geniturinárias (disgenesia gonadal, criptorquidia, hipospádia, estenose da ureteropélvica, etc);
  • Síndrome de Beckwith-Wiedemann (macroglossia, onfalocele, visceromegalia, gigantismo e aumento no risco de neoplasias embrionárias);
  • Aniridia pediatra
  • Hemihipertrofia pediatria.

Na suspeita diagnóstica deve ser solicitada radiografia simples do abdome para avaliação da localização da massa e também a presença ou não de calcificação (mais frequente em neuroblastoma, principal diagnóstico diferencial). A ultrassonografia abdominal também pode ser solicitada com o objetivo de fornecer informações mais específicas da massa, como tamanho, localização, presença de trombo em vasos renais e se há lesão no rim contralateral. posteriormente, para o estadiamento da doença, devem ser solicitados a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética

O tratamento se baseia em quimioterapia, cirurgia e ou radioterapia. A maioria dos casos apresenta prognóstico favorável, com até 90% de sobrevivência após o tratamento.